A América Latina está se tornando um importante celeiro mundial de unicórnios. Apenas em 2021, o número total chegou a 41 empresas com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão. A lista compilada pelo Startups, inclui negócios que ainda estão em fase de investimento privado e os que fizeram IPO, e só no ano passado ganhou 18 nomes. Ao panteão foram alçadas a MadeiraMadeira, Hotmart, Mercado Bitcoin, unico, Frete.com, CloudWalk, Olist, Merama, Facily, Bitso, Clip, Mural, NotCo, Ualá, Nuvemshop, Konfío, Incode e JOKR/Daki.
Com tanta movimentação em 2021, será que ainda há espaço para mais empresas com valuations bilionários de 2022 em diante? A resposta rápida é sim.
Com 600 milhões de habitantes, a região que até pouco tempo atrás era menosprezada pelos investidores internacionais, tem ganhado protagonismo por conta dos enormes problemas que podem ser resolvidos com o uso de tecnologia e do desenvolvimento de uma geração de empreendedores e pessoas com entendimento do dia a dia e da dinâmica de um negócios de alto crescimento. Soma-se a isso a liquidez nos mercados e a desconfiança com o que está acontecendo na China e temos os ingredientes que compõem esse caldo primordial.
Os números mais recentes são interessantes. Mas ainda é pouco. Os 41 unicórnios representam menos de 1% do número de startups na região. Além disso, a América Latina representa só 2% do mercado global de venture capital. É menos do que a fatia do PIB mundial, que fica entre 3% e 4% dependendo de como vai o câmbio (e as voláteis economias locais). Por isso não estranhe se, nos próximos anos, mais de 100 companhias cheguem ao status de unicórnio.
Quem ajuda a criar os unicórnios
Os fundadores e equipes das empresas são os principais responsáveis por escalar os negócios das startups. Mas, para chegar ao unicórnio, os investidores (e, principalmente, seu capital) entram como peça-chave para aumentar – e muito – o valor de mercado das companhias.
O SoftBank ficou na liderança dos aportes, injetando dinheiro em 8 dos novos unicórnios latinos – MadeiraMadeira, Clip, Mercado Bitcoin, Ualá, unico, Olist, Merama e Incode. Atrás dele está a Kaszek e Tiger Global, com 5 empresas no portfólio. Outros destaques vão para Monashees (4), General Atlantic (2), Insight Partners (2) e Ribbit Capital (1).
Brasil segue na frente
Como principal economia da região, é de se esperar que o Brasil seja o líder da América Latina quando o assunto é gerar unicórnios. Por aqui, 23 empresas já chegaram a valer mais de US$ 1 bilhão. Com o mercado aquecido e capitalizado, o número promete ser ainda maior no próximo ano. Entre as startups com potencial para se integrarem à turma dos unicórnios estão: Neon, Cortex, dr.consulta e Pipefy.
Olha quem já chegou nesse patamar no Brasil:
99 (logtech) – mais de US$ 1 bi
Arco Educação (edtech) – US$ 2 bi – (valor pós-IPO)
CloudWalk (fintech) – US$ 2,15 bi
Creditas (fintech) – US$ 1,75 bi
Ebanx (fintech) – mais de US$ 1 bi
Grupo Frete.com (Cargo X + Frete.com + FretePago) – mais de US$ 1 bi
Gympass (healthtech) – US$ 2,2 bi
Hotmart (creator economy) – mais de US$ 1 bi
Loft (proptech) – US$ 2,9 bi
Loggi (logtech) – US$ 2 bi
MadeiraMadeira (ecommerce) – mais de US$ 1 bi
Merama (marketplace) – US$ 1,2 bi
Mercado Bitcoin (cripto) – US$ 2,1 bi
Movile – mais de US$ 1 bi
iFood – mais de US$ 1 bi
Nubank (fintech) – US$ 41,5 bi – (valor pós-IPO)
Olist (ecommerce) – US$ 1,5 bi
PagSeguro (fintech) – US$ 19 bi – pós-IPO
QuintoAndar (proptech) – US$ 5,1 bi
Stone (fintech) – US$ 22 bi (valor pós-IPO)
unico (idtech) – mais de US$ 1 bi
VTEX (ecommerce) – US$ 3,75 bi (valor pós-IPO)
Wildlife Studios (games) – US$ 3 bi
Além do Brasil
A lista de unicórnios também vem aumentando na América Latina como um todo. O crescimento é puxado principalmente pelo México e pela Argentina. Mas, Chile, Colômbia e Uruguai não ficam de fora. Veja quais são os unicórnios latinos:
- Argentina
Aleph (publicidade) – US$ 2 bi
Auth0 (autenticação) – US$ 6,5 bi na venda para a Okta
Mural (colaboração) – US$ 2 bi
Nuvemshop (e-commerce) – US$ 3,1 bi
Prisma (fintech) – US$ 1,42 bi
Ualá (fintech) – US$ 2,45 bi
Vercel (SaaS para desenvolvedores web) – US$ 1,1 bi
- Chile
NotCo (foodtech) – US$ 1,5 bi
- Colômbia
LifeMiles (programa de milhas) – US$ 1,15 bi
Rappi (foodtech) – US$ 5,2 bi
- México
Bitso (criptotech) – US$ 2,2 bi
Clara (fintech) – US$ 1 bi
Clip (fintech) – US$ 2 bi
Incode (IDTech) – US$ 1,25 bi
JOKR/Daki (delivery) – US$ 1,2 bi
Kavak (autotech) – US$ 8,7 bi
Konfío (fintech) – US$ 1,3 bi
- Uruguai
dLocal (fintech) – US$ 11 bi – pós-IPO