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Leve Saúde quer captar pelo menos R$ 60 mi para evoluir plataforma

Healthtech do RJ voltada ao público + 45 anos da classe C quer prover experiência completa de saúde com o novo app

Leve Saúde quer captar pelo menos R$ 60 mi para evoluir plataforma

A Leve Saúde, operadora healthtech do Rio de Janeiro voltada às pessoas com mais de 45 anos da classe C, se prepara para sua 1ª rodada de captação. Em conversas com alguns fundos, a empresa espera levantar pelo menos R$ 60 milhões no 3º trimestre. 

Metade do investimento será direcionado ao plano de crescimento da empresa, que inclui intensificação do marketing, mais incentivo aos canais de venda (interno e externo), expansão da rede própria de clínicas e projetos de tecnologia. Os R$ 30 milhões restantes serão exclusivos às reservas regulatórias junto à Agência Nacional da Saúde (ANS) — ativos financeiros para fazer frente a exigências do órgão regulador.

A ideia, segundo o fundador e presidente da startup, Ulisses Silva, é construir uma plataforma ainda maior para prover uma experiência completa de saúde. “Queremos resolver 75% das necessidades dos usuários pelo novo aplicativo. Ele será totalmente integrado com outras startups para prover mais serviços, como coleta de exames em casa e compra e entrega de medicamentos”, afirma Ulisses. 

Além disso, os médicos poderão fazer o acompanhamento de cada paciente de forma personalizada, tendo acesso ao prontuário com todo histórico de saúde (atendimentos, exames, procedimentos, etc). 

Atualmente, 35 hospitais e 5 clínicas (próprias) na região metropolitana do Rio atendem os planos da Leve Saúde. O aporte também vai contribuir para abrir mais 15 clínicas até o fim do ano. “Não temos a pretensão de ampliar muito nossa rede nos próximos 2 anos, mas entendemos que a nova plataforma deve gerar um ganho de escala monstruoso”, acrescenta Claudio Borges, co-fundador e CMO da healthtech.

Ulisses Silva e Claudio Borges, co-fundadores da Leve Saúde

Inclusão e acesso à saúde

Com 15 anos atuando no mercado de saúde suplementar, Claudio e Ulisses decidiram, em plena pandemia, entrar no segmento de planos de saúde apoiando-se em três pilares fundamentais: saúde digital (com a criação da plataforma), rede própria e Atenção Primária à Saúde (APS). Este último pilar contempla o acesso a médicos de família e uma equipe multidisciplinar para atendimento personalizado.

A Leve Saúde nasceu em 2020 amparada por um bootstrap de R$ 5 milhões de seus sócios. Posteriormente, novas capitalizações foram feitas, somando algo em torno de R$ 20 milhões até meados de 2022. Seu propósito é oferecer saúde de qualidade a preços acessíveis para cariocas com mais de 45 anos e com renda mensal de pelo menos R$ 2 mil. Hoje, 70% de sua carteira é composta por pessoas que nunca tiveram plano de saúde ou estavam sem plano há pelo menos seis meses.

São quatro planos de saúde, com preços que variam de acordo com cada faixa etária. O Leve ON, o mais acessível e responsável hoje por 30% das vendas, tem preços que começam em R$ 94,69 e vão até R$ 641,87, considerando os planos empresarial, individual e familiar. Já no Plano Leve Premium, o mais completo da empresa, mas ainda com preços acessíveis, os valores variam de R$ 163,78 até R$ 1.094,66.

“Chegamos às 15 mil vidas num trabalho de formiguinha, de venda individual. Lembro que tinha a expectativa de vender 50 vidas no primeiro mês de operação, mas acabei vendendo 50 apenas no primeiro dia”, comenta Claudio. Sua experiência e contatos acumulados no setor acabaram ajudando nessa empreitada, já que a healthtech não investiu em uma campanha de marketing.

Depois de encerrar o primeiro ano de atuação com receita de R$ 50 milhões, a Leve Saúde tem projeções otimistas para 2022, apesar do atual cenário que tem assombrado o mercado. A empresa caminha para fechar 2022 com algo entre R$ 115 milhões e R$ 120 milhões e ultrapassar a marca de 30 mil beneficiários.

“Com esse momento crítico pelo qual estamos passando, o mercado será muito mais seletivo. Ele vai olhar qual mercado a startup está endereçada, sua cultura, liderança e integração com o time”, comenta Ulisses. “E é aí que temos uma vantagem competitiva. Viemos para fazer diferença”, acrescenta.