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Há mais ou menos uns 5 anos eu mandei um e-mail para a Andresseen Horowitz perguntando como eles enxergavam o Brasil e a América Latina. A resposta veio até que rápido, mas não foi bem o que eu imaginava – ou talvez o que queria ouvir: não temos o que dizer porque não olhamos para a região.

Adianta a fita – ou acelera a velocidade de reprodução para 1,5x, 2x, para quem é mais “xóven” – e a grife tem meia dúzia de investimentos por essas bandas, incluindo Rappi e Loft. Recentemente, lançaram um estudo, com versão em português e espanhol sobre fintechs. E Ben Horowitz é investidor, na pessoa física, da Kaszek. Que diferença, né?

O interesse da a16z e de um punhado de outros fundos de venture capital que estão nascendo ou investindo pela 1ª vez por aqui é resultado do amadurecimento de um mercado que começou a se desenvolver de forma mais estruturada a partir de 2005 com o nascimento da Monashees. Depois vieram outras casas como Astella, Redpoint e.ventures, Kaszek, Valor e Igah (que nasceu como e.bricks e foi renomeada ano passado ao se juntar com a Joá). Na lista de veteranos também dá pra incluir Tiger Global, Riverwood, Ribbit e GFC.

“Eles foram os desbravadores e continuam entre os mais atuantes no mercado”, diz José Pedro Cacheado, sócio da Norte Ventures, que montou uma lista com 10 desses veteranos. Na lista de investimentos feitos pelo grupo ao longo dos últimos anos estão nomes como ContaAzul, Nubank, Loft, Loggi, VTEX, Rappi, Olist, Creditas, Remessa Online, Trybe e muitos mais. Algumas, como GetNinjas, RD Station, Stone e 99 até completaram o chamado ciclo completo de investimento, nascendo, recebendo recursos e fazendo uma saída, seja por meio de uma aquisição ou por uma abertura de capital (IPO).

O compilado publicado com exclusividade pelo Startups, caracterizou cada fundo como um super-herói, destacando alguma característica de sua atuação. O Tiger Global, por exemplo, é o maior do grupo. Não é pra menos já que a gestora nascida em 2001 tem atualmente US$ 50 bilhões sob gestão e acabou de captar o que é considerado o maior fundo de venture capital da história, com US$ 6,65 bilhões. Já a Igah tem uniforme verde-amarelo e um cocar e a Valor ostenta as cores da bandeira dos EUA.

Segundo Gabriela Efeiche, analista da Norte, a alegoria fez sentido porque super-heróis têm seus poderes individuais, mas também atuam em grupo, como a Liga da Justiça, por exemplo. Listas desse tipo são sempre ingratas de serem feitas pelo risco de se cometer injustiças. Mas Cacheado diz que ela não é exaustiva e pode ser ampliada.

Também está sendo preparado um novo levantamento, de casas de investimento mais jovens, que vai incluir a própria Norte, criada em 2019. “São materiais que ajudam o ecossistema. O pessoal sempre pergunta quem são os fundos que mais investem”, diz ele. Cacheado diz ter uma lista com pelo menos 150 contatos de gestoras, family offices, grupos de investidores-anjo, veículos de investimento de empresas, entre outros com quem costuma falar.

Stan Lee ficaria orgulhoso com um universo tão amplo de super-heróis e poderes. Confira a lista completa da Ligas dos Veteranos e seus “superpoderes”:

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