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Recentemente falamos aqui no Startups como o cenário de venture capital sofreu um forte baque em 2022, especialmente quando comparado com o recorde de investimentos que 2021 trouxe. Agora, um levantamento da Bain & Company mostra que o mercado de fusões e aquisições (M&A) também teve o seu tombo: segundo o estudo, 2022 registrou uma queda de 43% do volume de negócios em relação ao ano anterior.

Conforme aponta o relatório, em 2022 o setor movimentou US$ 28 bilhões, bem abaixo do valor recorde de US$ 49 bilhões que foi negociado em 2021. Segundo a Bain, fatores como a desaceleração macroeconômica e a redução no número de grandes transações (avaliadas acima de US$ 5 bilhões), foram influentes neste número final.

Em relação ao perfil das transações, 79% dos negócios foram acordos de escala (crescimento de base de forma inorgânica), enquanto 21% representaram os acordos de escopo (novas linhas de negócio e receita). Segundo a Bain, este foi um crescimento significativo, uma vez que, em 2019, os acordos de escopo representaram apenas 5% do total.

“Ainda é menos que a média global, onde transações de escopo são cerca de 50% das fusões e aquisições, mas é um sinal de que as empresas brasileiras estão descobrindo os benefícios desses negócios”, afirmou a consultoria.

Um exemplo foi a maior aquisição de 2022, um acordo de escopo no qual a Rede D’or comprou a seguradora SulAmérica por cerca de US$ 3 bilhões, unindo a maior rede hospitalar brasileira a uma das principais seguradoras independentes do país.

Setores em alta

Em 2022, dois setores representaram 66% do valor das fusões e aquisições no Brasil: energia e recursos naturais e manufatura e serviços. Em 2021, o destaque foram os negócios de saúde e varejo, numa mudança que, segundo a consultoria, reflete as preocupações do mercado sobre a ambiguidade econômica do país.

Um dado preocupante apontado pelo estudo foi a baixa do capital estrangeiro envolvido nestas transações. Em 2019, na pré-pandemia, 67% dos negócios do país foram alimentados por capital externo. Essa parcela agora é de 25%, indicando falta de confiança internacional no futuro econômico do Brasil. Pra não dizer que tudo é pessimismo, o percentual de 2022 é maior que o de 2021, que era de apenas 17%.

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