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Acostumada à comunicação de governos e órgãos públicos das regiões Norte e Nordeste do Brasil, a agência de comunicação amazonense Mene & Portella está trilhando o caminho da diversificação de sua atuação. E a rota passa, é claro, pelo investimento em startups.

A estratégia que começou a ser executada durante a pandemia, já envolveu aportes em 7 companhias, incluindo nomes como a alagoana Trakto e, o mais recente, na paraibana ShowKase – dona de uma plataforma para criação de lojas virtuais para pequenas empresas que tem 1,5 mil clientes.

O aporte minoritário de valor não revelado foi feito pelo Captall Ventures, um fundo criado pelos fundadores da agência, Túlio Mêne e Nilio Portella. Além dos investimentos diretos, o fundo também coloca recursos em outros fundos, como a Bossanova.

De acordo com Túlio, a ideia é criar um grupo de comunicação com presença em todo o país que tenha sob o mesmo guarda-chuva diferentes ferramentas que empresas podem usar para crescer suas vendas. “Todas as empresas têm dores comuns de custo de aquisição (CAC,) aumento da base de usuários e redução de custos de mídia”, avalia.

O plano – pelo menos a princípio – não envolve a consolidação de diferentes negócios debaixo de uma marca única. Com os investimentos, a Mene & Portella quer ser atuante, ajudar as empresas a crescer e ter lucro. “Não somos uma consolidadora pensando só na valorização do equity. A gente entra para fazer melhorias”, diz Túlio. “A ideia é ser uma consultoria empresarial mesmo. Mais do que uma aceleradora das startups ou uma consolidadora de mercado”, completa Nilio.  

Túlio Mêne (em pé à esq.) e Nilio Portella, fundadores da Mene & Portella

Desembarque em São Paulo

Como próximo passo, a Mene & Portella prepara sua chegada a São Paulo. Mas, como já foi exposto no plano da companhia, sem ter nada a ver com o seu negócio de agência de publicidade.

A ideia é montar um escritório na capital que vai funcionar como uma espécie de hub onde as investidas poderão se conectar entre elas e também entre seus clientes. O espaço também poderá ser acessado por outras empresas – uma forma de criar densidade na operação e manter o radar ligado para possíveis novas oportunidades.

De acordo com Nilio, o local onde o escritório será instalado ainda não está definido porque o mercado imobiliário “não está tão em baixa assim”. A expectativa é fazer o desembarque ainda no 1º semestre.

Uma peça importante do movimento será a contratação de profissionais experientes do mercado para se tornarem sócios da operação e ficarem responsáveis por áreas específicas como vendas e estratégias de growth das marcas clientes.

Privado > Público

Com receita de R$ 200 milhões, a Mene & Portella já tem um quarto desse total originado no mundo privado. Com o crescimento das startups nas quais ela já investiu, a ideia é que sua atuação original, como agência de publicidade, deixe de ser seu carro-chefe em um prazo de 3 anos.

Isso sob uma perspectiva conservadora, de crescimento orgânico, pontua. Se a compra de participações em novos negócios caminhar como esperado, a virada na operação pode acontecer bem antes, e um ano e meio ou dois. “Se fizermos novas rodadas de captação em duas das 7 investidas esse ano, a gente já antecipa isso. Também temos 4 propostas de investimento na mesa, que estamos discutindo os últimos detalhes. Se 2 derem certo, a gente já dobra de tamanho”, conta Túlio.   

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