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Para financiar seu projeto de crescimento internacional, a Digibee fechou uma rodada de série A de US$ 25 milhões. O aporte foi liderado pelo SoftBank Latin America Fund e contou com a participação do Kinea Ventures e da G2D Investments.

A expansão da companhia de integração de sistemas para além do Brasil começou em 2020 e tem como principal destino os EUA. A expectativa é que os negócios na terra do Tio Sam representem de 10% a 20% da receita neste ano. Em um prazo de 3 a 5 anos, ela será a maior. A companhia também está de olho em países da América Latina, como Chile, Colômbia, México e Peru.

Para 2022, o plano da Digibee é multiplicar de 3 a 4 vezes a sua receita recorrente anual (ARR). Em 2021, o valor foi de US$ 10 milhões. A companhia tem atualmente 250 clientes como Itaú, Assaí, B3, Carrefour, Dasa, Fleury e Bauducco.

IPO em vista

A estruturação da série A teve como trunfo a participação de Flávio Pripas. O ex-Redpoint e Cubo, que mora nos EUA desde que deixou a gestora de venture capital no começo do ano passado, se aproximou da Digibee de maneira informal no 2º semestre e acabou assumindo os cargos de diretor de estratégia (CSO) e de relação com investidores. “Falta um IPO no meu currículo. Estou vindo para fazer a listagem na Nasdaq ou na NYSE”, crava o executivo em conversa exclusiva com o Startups. A expectativa é que isso aconteça em um prazo de 3 a 5 anos.

Pripas avalia que a oportunidade de oferecer ferramentas que ajudam diferentes sistemas a se conversarem e orquestrar essas interações é enorme e não está sendo bem atendida nem por nomes tradicionais do mercado (CA, Informatica, Tibco etc.), nem por novatas como a Mulesoft, comprada pela Salesforce em 2018 por US$ 6,5 bilhões. “Somos rápidos para entregar, low code, com uma oferta padrão enterprise”, defende.  

Um reencontro, na verdade

A chegada de Pripas é, na verdade, um reencontro. Uns anos atrás, ainda nos tempos do 1º prédio do Cubo, o Cubinho, ele vetou a entrada da Digibee no hub.

Pripas conta que os fundadores o procuraram para a apresentar a empresa, que na época fazia um monte de coisas ao mesmo tempo. Ele disse que eles não sabiam o que queriam, que era para escolherem uma coisa só, se focarem nela e voltar em 6 meses. “Eles saíram me xingando”, lembra.

Seis meses depois, no entanto, os fundadores voltaram para conversar. Nesse meio tempo, a Digibee se concentrou na plataforma de integração de sistemas, ganhando o formato que tem hoje. Resultado: foram aceitos no Cubo. Tempos depois, Flávio fez a ponte com Paulo Veras, que acabou investindo na startup.

Em meados do ano passado, foi Veras quem mandou uma mensagem para Pripas dizendo que ele deveria ir ao escritório da Digibee em Miami para ver o que eles estavam fazendo. Das 18 conversas que tinha na mesa para definir seu próximo passo profissional, Pripas escolheu a Digibee.

“Eu gosto muito de pegar o negócio para fazer acontecer. Gosto do senso de realização. Tive dificuldade de ficar no banco do passageiro como investidor. Agora isso veio de volta. Mas não quero perder o chapéu de investidor porque isso abre muitas portas”, diz Pripas.

Casa preparada

Na avaliação de Pripas, a Digibee está com todos os elementos no lugar para garantir o crescimento esperado. “A casa está montadinha para fazer um stage financing. É muito bacana ter todas as variáveis alinhadas. É raro isso para uma startup”, diz ele, dando a dica de que uma nova rodada de investimento, de série B, já está no radar.

A composição de um time executivo experiente é um dos passos que a companhia deu nos últimos tempos. Além do próprio Pripas, a companhia trouxe Ken Arredondo, ex-IBM e CA Technologies, como Chief Revenue Officer (CRO); Humberto Ballesteros, ex-Microsoft e Red Hat, como diretor de vendas para a América Latina; Marcelo Silva, ex-Cisco, para tocar a operação no Brasil, e Cait Porte, ex-Zmags, como diretora de marketing. “Colocar as peças certas no tabuleiro custa caro. Mas se a estratégia der certo, fica barato”, filosofa Pripas.

Ao longo de 2022, a equipe da Digibee vai mais que dobrar de tamanho, saindo dos atuais 160 para 400. Só nos EUA, serão 100 posições, multiplicando por 5 o time que hoje tem 20 pessoas.

Aquisições? E o Brasil?

De acordo com Pripas, possíveis aquisições estão fora do radar da companhia. A ideia é usar o investimento da séria A internamente mesmo. Sobre os negócios no Brasil, Pripas diz que eles continuarão recebendo atenção, é claro. “Queremos dominar o mercado enquanto entramos no mercado americano”, diz.

A operação local já atingiu o equilíbrio entre receitas e despesas (o break even). Em agosto/21 a Digibee anunciou uma captação de R$ 13,5 milhões em venture debt com a Brasil Venture Debt para impulsionar os negócios por aqui.

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