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Que empreender é difícil, todo mundo sabe. Mas a realidade pode ser ainda mais desafiadora. Solidão, falta de tempo para relaxar e falta de estabilidade financeira são alguns dos problemas e medos enfrentados pelos empreendedores, segundo um estudo realizado pelo MIT Technology Review Brasil, em parceria com o Google Cloud. De acordo com o levantamento, 41% das startups brasileiras não recebem nenhum tipo de investimento, e obter recursos financeiros foi a dificuldade mais citada pelos fundadores, com 38,46% das respostas.

O Startups Mindscape 2024 ouviu mais de 100 fundadores e cofundadores de startups brasileiras de diversos setores e níveis de maturidade. Entre as empresas analisadas, a maioria está localizada no Sudeste (77,89%) e Sul (14,42%). Homens correspondem a 81% dos fundadores e 79% dos CEOs. Ainda entre os empreendedores, 87,5% se consideram heterossexuais e 69,23% são brancos.

A maioria das empresas respondentes (46,15%) são do segmento de Software as a Service (SaaS), seguidas de venda direta (16,35%) e marketplace (8,65%). Outros setores correspondem a 28,85% das respostas, apontando para um mercado com diversidade de áreas de atuação.

Faltam investimentos

A falta de recursos é um dos principais problemas citados pelos empreendedores. Entre as startups analisadas, 41% não recebem investimentos. Entre as demais, 36% são aceleradas, 19% estão no nível seed, 7% na série A e apenas 1% na série B+. Questionados sobre as principais dificuldades na hora de escalar a startup, 38,46% dos fundadores citaram a obtenção de recursos financeiros. A falta de estabilidade financeira também aparece como principal medo na hora de empreender, para 37,5% dos fundadores.

Na hora de captar recursos, 27,88% disseram que tiveram como maior dificuldade o acesso a uma rede de contatos para se conectar com investidores. Outros 22,12% citaram que tiveram dificuldades em definir uma estratégia para que a startup estivesse pronta para receber investimento. Entre as questões mencionadas pelos fundadores estão, ainda, os obstáculos burocráticos (entender como gerir processos jurídicos, equity, contratos), com 18,27% das respostas, e decidir o tipo de financiamento e montante adequado (7,69%).

O levantamento aponta ainda para a necessidade de resiliência na hora de empreender. Entre os fundadores ouvidos pela pesquisa, 36,54% já fracassaram com outras startups antes de fundar o atual negócio. E, entre esses, 34,21% falharam, pelo menos, duas vezes.

Jornada solitária

As dificuldades vão além das questões financeiras e de ordem prática. De acordo com o estudo, inclusive, a própria motivação para empreender vai muito além do dinheiro. Para 51% dos fundadores, a vontade de mudar o mundo foi o principal motivo para criar a startup. Ser dono do próprio negócio foi o segundo principal motivo (14,4%). Desafiar os próprios limites e enxergar oportunidades a partir de falhas do emprego anterior aparecem em seguida, com 13,5% das respostas cada. O desejo de ficar rico foi citado por apenas 1,9% dos fundadores.

Para se dedicar à empresa, 40,38% dos empreendedores disseram ter aberto mão de tempo para relaxar, 25% deixaram de fazer atividades físicas, e 10,38% abriram mão de cuidados com a alimentação. A vida social também sofre com a jornada empreendedora. Mais de 38% dos fundadores contaram que passaram a se relacionar menos com amigos, 22,12% reduziram o contato com parentes e 9,62% com a família.

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