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A musictech – pois é, essa é nova para mim também – Moises recebeu uma rodada de US$ 1,6 milhão para chegar à marca de 10 milhões de downloads até o fim do ano. “Já estamos com 4,5 milhões e provavelmente vamos ter que atualizar essa meta”, disse Geraldo Ramos, cofundador da companhia.

A 1ª captação da companhia foi liderada pelo Kickstart Fund, do estado americano do estado de Utah, nos EUA, onde Geraldo vive. Também participaram a Valutia, a Verve Capital e outros. Entre seus investidores, a Moises tem Carlos Andre Montenegro (fundador da Sack´s e da BitcoinTrade).

A rodada dever ter sido de US$ 1,5 milhão, segundo Geraldo, mas com a alta demanda, subiu para US$ 1,6 milhão. “Ficamos além da demanda, mas queríamos levantar só o que precisávamos nesse momento para não nos diluirmos muito, pegar um valuation menor. Se precisar a gente faz uma nova daqui 1 ano”, diz

O que Moises faz?

O nome do novo negócio foi inspirado na figura histórica que teve como um de seus principais feitos dividir o Mar Vermelho para a passagem dos israelitas. Isso porque a proposta da musictech vai nessa linha: separar os sons de uma música usando inteligência artificial.

Em termos práticos, isso significa tirar o som da guitarra ou de um outro instrumento para que um músico possa praticar, ou tirar a voz de quem canta para fazer as vezes do artista – seja por dever profissional, ou por hobby (seria um cantar no chuveiro 3.0?).

O produtor musical Kassin usou o aplicativo para colocar Luana Carvalho cantando com a mãe, Beth Carvalho, falecida em 2019. A música “Visual”, dos anos 1970, já não tinha mais as trilhas de áudio separadas. Foi então que o Moises entrou em cena, para pegar só a voz de Beth.

História

A startup nasceu ano passado e é a 3ª empresa de Geraldo. Ele já teve uma empresa de desenvolvimento e uma companhia voltada a ajudar desenvolvedores, a HackHands, que foi vendida para a Pluralsight em 2015.

A ideia do aplicativo surgiu como um projeto de fim de semana de Geraldo, que toca bateria e já teve banda, usando como base um código desenvolvido pelo time do serviço de streaming francês Deezer, o Spleeter.

O serviço foi lançado gratuitamente pela web e em poucos dias já tinha 20 mil usuários. Ele então resolveu começar a cobrar. E os assinantes vieram. Hoje, o aplicativo tem uma versão gratuita com recursos e limitados e uma assinatura de US$ 3,99 (R$ 16 por mês). Geraldo diz que a companhia já se banca sozinha e os recursos da rodada serão usados apenas para crescimento das operações.

De acordo com ele, o aplicativo é usado em 210 países, com 1,5 milhão de usuários ativos mensais, sendo a maior parte do público formada por bateristas. “Temos uma função de metrônomo que é muito importante para os bateristas, então eles gostam muito”, diz. Mas quem gosta de karaokê também tem usado o aplicativo por conta da opção de envio de músicas pelo próprio usuário.

Um dos aplicativos mais conhecidos do gênero, o Smule (você já viu anúncio deles na internet, certeza) tem um catálogo de músicas que podem ser usadas para a cantoria. Hits do momento não estão inclusos na parte gratuita e precisam ser comprados a parte.

Investimentos

Um dos esforços é fazer o licenciamento de faixas junto às gravadoras para ter um banco próprio de músicas. “É um esforço grande, mais demorado, mas vamos fazer”, diz.

Outra frente de atuação é uma inteligência artificial que vai ajudar na composição de músicas. A ideia é que o autor/autora coloque o que já escreveu e o sistema faça sugestões de rimas e possíveis caminhos com base no contexto do que foi apresentado.

A tecnologia está sendo desenvolvida em conjunto com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Mas porque fazer isso no Brasil, não nos EUA? Segundo Geraldo, os pesquisadores brasileiros não deixam em nada a desejar aos dos EUA e o contato aqui é muito mais fácil do que por lá.

A própria equipe da companhia, que atualmente tem 30 pessoas, é praticamente toda formada por brasileiros espalhados por 5 cidades do Brasil – a exceção é um funcionário de origem portuguesa. “O custo é menor e a competição por talentos ainda é menor do que aqui nos EUA”, completa o fundador.

Além de tecnologia, a Moises vai usar os recursos da rodada para investir em marketing, especialmente ações com influenciadores do mundo da música.

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