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Quando alguém como o SoftBank cai, cai feio. Pelo menos isso é o que deu pra notar nesta quinta (12), com a divulgação dos resultados mais recentes do fundo japonês, que contabilizou um prejuízo de US$ 13,2 bilhões no ano fiscal encerrado em março passado.

Além disso, ao levar outros números em consideração, a sangria da empresa fundada e capitaneada por Masayoshi Son é ainda maior: a empresa apontou no balanço que seus dois fundos de investimento – Vision 1 e 2 – tiveram perdas de US$ 27 bilhões, alegando que diversas das investidas tiveram dificuldades no cenário de inflação, riscos de novos lockdowns na China e o enfraquecimento do mercado de equity global.

O relatório financeiro segue uma trilha de notícias pouco animadoras para o SoftBank. No início do ano, o grupo perdeu um de seus principais executivos. Marcelo Claure, que resgatou negócios como a operadora de telefonia Spring e o WeWork e montou toda a operação do fundo na América Latina, deixou a posição de COO global para investir em projetos pessoais, levantando a questionamentos sobre o futuro o fundo na região.

O SoftBank possui dois fundos direcionados à América Latina, o primeiro lançado em 2019 com um total de US$ 5 bilhões, e outro lançado no final do ano passado, com o plano de aportar US$ 3 bilhões em empresas da região. Na apresentação de resultados, eles receberam apenas um slide (aliás, o último), no qual o fundo destacou apenas uma taxa de retorno interno (IRR) média de 32%. Os investimentos na região somam mais de US$ 7 bilhões.

Além disso, outros fatores, como a forte queda em valor de ativos como Alibaba (em que o fundo tem uma grande participação), e dificuldades na venda de investidas como a fabricante de chips ARM (avaliada em US$ 40 bi), pesaram na hora de passar as contas a limpo.

Posição defensiva

Os números pouco favoráveis foram endereçados por Son em coletiva. Segundo ele, a empresa adotará uma “posição defensiva” ao selecionar seus próximos investimentos, apontando que a pandemia ainda em curso e a invasão da Ucrânia “colocaram o mundo em caos”. Segundo ele, em relação ao mercado Chinês, a empresa já está mais protegida.

“Nos últimos dois anos, fomos bastante impactados pela situação na China”, afirmou Son. “Mas para o futuro, devido à redução da dependência na China dentro do nosso portfólio, acreditamos que não tenhamos que nos preocupar muito com a situação na China”, apontou o CEO.

Para levantar o astral dos acionistas – já que as ações do Softbank já estavam com queda de 8% desde o pregão do dia anterior à divulgação dos resultados – Son destacou que os investimentos em tecnologias de nova geração vão puxar os resultados de volta pra cima. “Estou confiante com o futuro dos nossos negócios”, afirmou.

Um dos aportes mais recentes foi na Qraft, que emprega AI para ajudar instituições financeiras na gestão de seus ativos e recebeu US$ 146 milhões para expandir seus negócios. Outro investimento saiu esta semana, e foi para uma startup brasileira: A Solfácil, fintech de soluções de crédito para instalação de equipamentos de energia solar, levantou US$ 100 milhões em uma rodada liderada pelo fundo.

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