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NeuralMed faz rodada para ampliar oferta de algoritmos para a saúde

Esta é a 3ª captação feita pela startup em 18 meses; negócio já tem uma base de 5 milhões de vidas dos clientes que atende

Foto: Arte por Startups
Foto: Arte por Startups

Nascida em 2018 para criar algoritmos que ajudam empresas de saúde a usar e relacionar dados gerados no dia a dia do atendimento a pacientes, a NeuralMed acaba de fechar uma rodada para investir na ampliação de sua equipe e de sua oferta.

Hoje a NeuralMed tem dois produtos. O TrIA, sua criação original, que ajuda na triagem de atendimento em hospitais e laboratórios. E o recém-lançado Atlas, que ajuda no mapeamento e acompanhamento de pacientes e se desdobra em 3 vertentes: monitoramento de pacientes crônicos, oncológicos e para a indústria farmacêutica. “O que a gente quer é estar presente em todas as etapas da cadeia médica, tanto no atendimento dos pacientes quanto no ganho de eficiência das empresas”, diz Anthony Eigier, cofundador da NeuralMed.

A ideia é que o uso dos algoritmos ajude as empresas a tratarem melhor seus pacientes e terem menores custos seguindo o caminho da prevenção, e não do tratamento de doenças. De acordo com o fundador, o plano é dobrar a equipe da companhia, chegando a 50 pessoas ano que vem.

A captação foi liderada pela Good Karma Ventures (GK), gestora que investe em companhias que geram impacto, e contou com mais dois investidores que não tiveram o nome revelado. O valor aportado também não foi divulgado.

“Olhamos muitas empresas da área de saúde que atuam na área assistencial, ou que querem mudar a forma como o setor de saúde funciona. “A NeuralMed não causa nenhuma disrupção no processo, na forma de trabalho dos hospitais e dos médicos. Ela faz com que toda a cadeia tenha informação de valor para fazer a avaliação de riscos e prestar os atendimentos”, diz Raphael Falcioni, sócio da GK responsável pelos aportes na área de saúde. “Somos uma empresa de saúde que por acaso usa tecnologia”, completa Anthony.

Esta é a 3ª captação feita pela NeuralMed em 18 meses. Em 2021, ela levantou um total de R$ 13,2 milhões divididos em dois momentos. Primeiramente, foram R$ 3,2 milhões aportados por Alexia Ventures, Norte Ventures, MG Tech e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de investidores-anjo. Depois, entraram mais R$ 10 milhões em uma rodada capitaneada pelo Grupo NotreDame Intermédica (GNDI), que foi acompanhada por Alexia, Norte e MG Tech.  

Anthony Eigier (à esq), co-fundador da NeuralMed; Raphael Falcioni, sócio da GK; e André Castilla, co-fundador da NeuralMed
(Foto: Divulgação)

Origens

Anthony foi a ovelha negra da família quando decidiu trabalhar no mercado financeiro e não ir para a área de saúde. Mas acabou resolvendo mudar de ares em pouco tempo por que trabalhar só para ganhar dinheiro não era mais a pegada para ele. Como sempre gostou de tecnologia, em 2011 ele ajudou a criar a aceleradora Tree Labs. Em 2013, montou a empresa de games Fanatee.

Mas o objetivo de gerar mais impacto na sociedade ainda não havia sido alcançado. Foi então que ele resolveu voltar às origens familiares e procurar oportunidades no mundo da saúde. Foi então que ele conheceu o médico André Castilla, que desenvolveu o sistema de agendamento e direcionamento de atendimentos usado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e que tinha feito um doutorado sobre extração de informações a partir de dados não-estruturados antes do assunto virar modinha.

Eles então criaram um projeto para análise de imagens de raio-x usando algoritmos em 2017 e no ano seguinte, começaram a NeuralMed.

O negócio vem dobrando de tamanho ano a ano e já tem uma base de 5 milhões de vidas dos clientes que atende. Na lista estão nomes do setor público e também do privado como o laboratório Fleury, a Aliar, a sócia GNDI e a Hapvida (que acabaram de passar por uma fusão). O plano é chegar a 14 milhões de vidas nos próximos anos. “quando a gente apresenta às empresas, elas ficam impressionadas. E se os grandes têm dificuldades, imagina as empresas de menor porte”, provoca Raphael.

De acordo com Anthony, para 2023 o ritmo de crescimento da NeuralMed deve desacelerar um pouco, para 50%, já que a empresa já vai ter atingido um tamanho. Mas logo no começo de 2023 o negócio entrará em break even. “Esse é o nosso diferencial para outras ofertas que estão no mercado. Já temos um produto pronto. Não precisamos desenvolver nada. Os ganhos começam a acontecer logo de cara, se gaba o fundador.