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Menos de 10 meses depois de fazer um IPO duplo na NYSE e na B3, o Nubank decidiu seu status na bolsa brasileira Brasil e manter o capital aberto apenas na bolsa de Nova York. A notícia foi dada pela empresa por meio de um fato relevante, ressaltando o desejo de “maximizar a eficiência e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia aberta em mais de uma jurisdição”.

O neobanco fez sua listagem no Brasil a partir da negociação de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de nível III, que equivaliam a um sexto de uma ação emitida na NYSE. Nesse nível, a companhia precisa ter registro e seguir as regras da CVM. Agora, a companhia passa a operar no nível I, que tem menos exigências.

A dupla-listagem simultânea no fim de 2021 avaliou a empresa em US$ 41,5 bilhões, colocando o Nubank como o banco mais valioso da América Latina, à frente de gigantes como Itaú e Bradesco em valor de mercado. Além disso, atraiu um volume recorde de 815 mil investidores do varejo com as BDRs.

Embora a empresa não tenha comentado sobre outras motivações para reduzir seu status na B3, é possível que a queda do valor do papel, que levou a um cenário de a baixa liquidez dos BDRs – e a uma enxurrada de memes e piadas tirando sarro de quem colocou dinheiro no IPO do neobanco – tenham pesado na decisão. Conforme apurado pelo Neofeed, o volume médio negociado por esse ativos em setembro ficou em torno de 5%, bem abaixo do volume de ações da companhia nos Estados Unidos.

Em maio de 2022, as ações do banco chegaram a ficar em US$ 3,31, com um valor de mercado equivalente a um terço do valuation do Itaú, que é de aproximadamente US$ 40 bilhões. Para apaziguar os ânimos dos investidores, a fintech soltou seus resultados financeiros do primeiro trimestre, que segundo o presidente David Vélez, representaram “o trimestre mais forte na história do Nu”. A empresa reportou lucro líquido ajustado de US$ 10,1 milhões no período, revertendo um prejuízo líquido ajustado de US$ 13,1 milhões em igual período de 2021.

Junto ao anúncio do plano de descontinuidade do programa de BDRs Nível III, o Nubank informou que a decisão “não afeta o compromisso de longo prazo do Grupo Nubank com o Brasil, tampouco com o mercado de capitais brasileiros”. A companhia continuará negociando na B3, mas agora sob a categoria de BDR Nível I, ou não-patrocinado.

A proposta será submetida à aprovação da B3 e, se aprovada, dará três opções aos detentores das BDRs Nível III: seguir como acionistas com recebimento de ações ordinárias classe A negociadas na NYSE; manter-se como detentor de BDRs do Nubank por uma troca para os BDRs Nível I; e vender os ativos na bolsa brasileira ou norte-americana.

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