A gamificação no ramo dos bancos digitais é um assunto que se discute há um bom tempo, e alguns players (como o Inter) já vinham experimentando nesta frente. Porém, quando o Nubank resolve fazer a sua jogada, a “galera” para para observar. O roxinho anunciou o início dos testes com o Nunos, um programa de relacionamento e recompensas com gameficação.
Conforme destacou o banco em comunicado, o Nunos é um programa gratuito que oferece recompensas aos clientes por meio de missões atreladas à jornada financeira. A novidade está em fase de testes com uma pequena parcela de usuários – entre eles os membros da NuCommunity – e tem previsão de lançamento para toda a base em 2023. Neste período, o banco fará rodadas de feedback com os beta testers, evoluindo o programa de acordo com a opinião dos usuários.
De acordo com o neobanco, a ideia é que o cliente passe por uma jornada de diferentes missões e realize algumas ações ligadas aos diferentes produtos da empresa para destravar as recompensas. As primeiras missões disponíveis no app incluem ações simples, como usar o cartão de crédito ou débito, pagar um boleto ou trazer o seu dinheiro para a conta do Nubank.
“Para cada duas missões realizadas em um mês, o usuário desbloqueia um baú com um prêmio surpresa. Ao completar seis missões no período de um mês, é possível desbloquear um super baú com uma recompensa ainda mais exclusiva”, explicou a empresa em nota.
Algumas das recompensas iniciais que estarão disponíveis são cupons de desconto do iFood, garrafinha do Nubank com ilustração exclusiva, cashback no Nubank Celular Seguro, cupom de desconto para compras na Shopee, entre outros.
Segundo a cofundadora do banco digital, Cristina Junqueira, o plano com o Nunos é entregar um programa não focado apenas nos prêmios, mas também contribuindo na educação financeira. O propósito é ter um programa que vai além das recompensas, mas que ajude nossos clientes a progredirem em suas jornadas financeiras, celebrando pequenas conquistas”, afirma Cristina, em nota.
Gameficação em alta
Em uma realidade onde a atual maioria dos adultos inevitavelmente foram crianças que seguraram algum joystick de videogame nas mãos (e provavelmente jogam até hoje), o uso da gameficação se tornou um forte aliado nos apps em sua busca de retenção de usuários. De acordo com um estudo da P&S Market Research, o setor de gamificação deve faturar mais de US$ 22 bilhões até o fim de 2022.
Nas fintechs não é diferente, e players grandes já vem utilizando esta estratégia. Um exemplo é o da exchange cripto Robinhood, que computa toda transação do usuário dentro da plataforma e vai conferindo “conquistas” ao usuário de acordo com a sua atividade no aplicativo.
A Easynvest, antes de ser adquirida pelo Nubank, também estava iniciando um projeto utilizando gameficação. Chamado “Monstro dos Investimentos”, o jogo criou um “chefão”, um monstro com sete cabeças, uma para cada barreira psicológica para investir – de vício na poupança a aversão ao risco. Depois da fusão com o roxinho, virando Nu Invest, o piloto não foi mais divulgado.
Quanto a outros bancos digitais que testam o conceito, muitos deles estão apostando na gameficação dentro de contas voltadas a públicos específicos, como em contas kids ou para gamers. É o caso do Inter, com sua conta kids; o Yours Bank, banco para menores de 18 anos que recebeu há pouco um aporte de R$ 5 milhões do CVC do Banco do Brasil; e o Itaú, que criou um banco digital dedicado aos gamers, o Player’s Bank.