fbpx
Compartilhe

O Nubank quer acelerar o passo em sua expansão internacional nos próximos três a cinco anos, segundo seu CEO e fundador, David Vélez. Sem dar números específicos, ele afirmou hoje (15) pela manhã durante encontro com jornalistas na sede da companhia em São Paulo, que o plano é construir, até o fim do ano, uma espécie de playbook do que pode ser considerado sucesso ao entrar em um novo país. “Fizemos três países em 11 anos e deveríamos ter condições de acelerar esse processo daqui pra frente”, disse David.

De acordo com David, seria uma irresponsabilidade fazer uma expansão para dezenas de países sem antes de entender dinâmicas como uso do cartão para criação de marca, empréstimos e funding para a operação. Com isso entendido, e visibilidade sobre o ponto de equilíbrio da operação, é possível criar um plano que possa ser replicado em outras localidades. “Seria uma irresponsabilidade ir para 20 países de uma vez”, comentou.

Segundo Cristina Junqueira, cofundadora e Chief Growth Officer do Nubank, o México é a prioridade número um de 2024. Por lá, os indicadores de crescimento estão mais acelerados do que o que aconteceu no Brasil no mesmo período de tempo. Lá também, o Nubank deve, em breve, sua primeira licença como banco de fato, uma exigência da regulação de fintechs.

Na linha de particularidades dos mercado, ela comentou que no México, o custo de aquisição de um cliente é semelhante ao do Brasil. O que muda a dinâmica por lá é o custo de envio do cartão, que é mais alto.

Hoje o Nubank está presente também na Colômbia, além do México e do Brasil. Na terra do Chaves, são sete milhões de clientes, com um ritmo de crescimento mais acelerado do que o que foi alcançado no Brasil no mesmo período de tempo. No país de Gabriel García Marquez – e do próprio David Vélez – o número passa de um milhão.

No Brasil, o número de clientes chegou a 92 milhões no primeiro trimestre, o que fez com que o Nubank passasse de 100 milhões de clientes, uma meta que, internamente, era considerada big, hairy and ambitious, ou BHAG, na sigla em inglês.

É muito, mas ainda é pouco

Na primeira vez em que o número de 100 milhões foi falado dentro do Nubank, em 2017, foi algo como falar sobre a colonização de marte: algo surreal e impossível de ser alcançado. Na época o Nubank adicionava 300 mil clientes por mês e só no Brasil. Hoje, são 1,5 milhão no país.

Por conta disso, na avaliação de David, 100 milhões é um número grande. Mas ainda é pouco. “No Brasil, onde a gente começou, somos uma formiguinha em termos de oportunidades de ganhar mercado. É só olhar cada pedaço [do mercado] e ver como podemos crescer em termos de lucro e de ativos”, disse.

Segundo ele, o Nubank responde por apenas 4% dos US$ 145,7 bilhões de receita da indústria de serviços financeiros de varejo do país. No México, a fatia é de menos de 1% de US$ 38,3 bilhões. Na Colômbia, também menos de 1% de US$ 16 bilhões. David destacou que mesmo no mundo a oportunidade é enorme já que, após 11 anos, a fintechs ainda representam só 1% do mercado. “É uma transformação global que está só no primeiro minuto do primeiro tempo. E poder mostrar que esse crescimento pode ser feito de forma escalável e rentável nos deixa na melhor posição para liderar esse processo”, completou.

Perguntado sobre qual será o próximo BHAG do Nubank, David disse apenas “veremos”.

Resultados do 1º trimestre

Ontem (14), o Nubank divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com um novo recorde nas receitas, que encerraram o período em US$ 2,7 bilhões, um aumento de 64% em relação ao 1T23. O lucro bruto do Nu também atingiu outro recorde, fechando o trimestre em US$ 1,18 bilhão, alta de 76% em um ano. A margem de lucro bruto ficou em 43,2%, em comparação com 40,2% no 1T23.

O lucro líquido do Nu também subiu, ficando em US$ 378,8 milhões com um ROE anualizado de 23%, em comparação ao lucro de US$ 141,8 milhões no 1T23. Já o lucro líquido ajustado no 1T24 atingiu US$ 442,7 milhões com um ROE ajustado anualizado de 27%, contra US$ 182,4 milhões no 1T23.

Após o fechamento do 1T24, o Nubank anunciou que havia ultrapassado a marca de 100 milhões de clientes na América Latina, com mais de 92 milhões no Brasil, 7 milhões no México e cerca de 1 milhão na Colômbia. O número é quase o dobro do que a instituição tinha há dois anos, quando atendia a 59,6 milhões de clientes.

Segundo Guilherme Lago, diretor financeiro, os clientes do Nubank usam uma média de quatro produtos da instituição e a receita média por cliente ativo tem crescido trimestre a trimestre, chegando aos US$ 11,40 de hoje. Em safras de clientes mais maduras, o valor fica entre US$ 26 e US$ 27. Na concorrência, os grandes bancos, o número está na faixa de US$ 45 a US$ 46.

Ele também destacou que o custo de captação é um dos menores do mercado, assim como o custo de servir – US$ 0,90 por cliente nos primeiros três meses de 2024, contra US$ 0,80 um ano antes. “Somos uma das instituições financeiras mais eficientes do mundo”, destacou.

O executivo destacou que não há planos de fazer distribuição de lucros, nem recompra de ações. O objetivo é reinvestir todos os recursos para fazer girar a roda de crescimento. De acordo com ele a fórmula do resultado do Nubank é composta por três elementos: crescimento da base de clientes ativos, multiplicada pela receita média por cliente que também aumento, subtraído do custo para servir.     

No Brasil, a CEO da operação, Lívia Chanes, disse que os fatores qua vão impulsionar a expansão são o aumento o incremento do portfólio de forma geral; das ofertas para média e alta renda, para pequenas e médias empresas e empoderar a futura geração de clientes – quem tem idade entre 10 e 18 anos.

LEIA MAIS