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O número de novos unicórnios teve uma queda significativa no mês passado, em meio à crescente cautela de investidores – especialmente quando o assunto é empresas em estágios de maturidade mais avançados.

Um pouco mais de uma dúzia de empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão surgiram em julho, segundo números da plataforma de análise de mercado Crunchbase. Com 14 empresas entrando para o clube dos unicórnios, este é o total mais baixo desde agosto de 2020, quando nove empresas alcançaram este status.

Segundo a análise, os novos unicórnios adicionaram US$ 26 bilhões em valor à lista de unicórnios da Crunchbase. Em comparação, 32 empresas se juntaram à lista em junho, adicionando US$ 49 bilhões em valor.

As startups que entraram para a lista de unicórnios vem de seis países. Sete delas são norte-americanas e duas são britânicas. Além disso, México, Coréia do Sul e China produziram um unicórnio cada.

Quando o assunto é o valuation das empresas, a startup com maior valor de mercado que entrou para o seleto rol é a indiana Ev Co, que foi avaliada em US$ 9 bilhões depois de receber um investimento da Mahindra and Mahindra e da British International Investment para avançar sua posição no mercado de veículos elétricos.

Produzida desde 1998, a lista de unicórnios globais da Crunchbase tem quase 1,400 empresas, que juntas somam US$ 4,8 trilhões em valor. A empresa mais valiosa da lista é a chinesa ByteDance, que tem um valor post-money de US$ 180 bilhões, seguida da compatriota Ant Group, avaliada em US$ 150 bilhões.

Completam o top 5 a Space X, avaliada em US$ 125 bilhões, a chinesa Shein, com valuation de US$ 100 bilhões, e a fintech Stripe, com valor de US$ 95 bilhões. Em um distante sexto lugar, está a fintech Klarna, que recentemente aceitou reduzir seu valuation em sete vezes para fechar uma captação, a um valor de mercado de US$ 7 bilhões.

Empresas latinas aparecem na lista com valuations inferiores, como a colombiana Rappi, avaliada em US$ 5 bilhões, e da brasileira QuintoAndar, avaliada em US$ 5 bilhões. E pra não dizer que não tem sangue brazuca nas grandonas, a Brex, fintech de Pedro Franceschi e Henrique Dubugras baseada nos Estados Unidos, aparece antes, com um valor de mercado de US 12 bilhões.

Sem sinal de desaceleração

O fato de que o número de unicórnios diminuiu recentemente pode levar à conclusão de que os investidores mais ativos estão tirando o pé do acelerador. Mas dados de uma outra pesquisa da Crunchbase sugerem que este não é o caso.

Segundo um relatório sobre o fluxo de investimento das 40 gestoras mais ativas do mundo, o volume investido de certos fundos em 2022 corresponde ao total de 2021. Isso ocorre apesar de os fundos terem aumentado investimentos em mais de 50% no ano passado em relação a 2020.

A análise ressalta que, ao contrário da crise de 2008, VCs não estão desacelerando seus investimentos, e tampouco reservando capital para investir somente em empresas do próprio portfólio.

De acordo com os números da plataforma, a proporção de investimentos em novas empresas aumentou em 55% no primeiro semestre de 2022, comparado a 50% na primeira metade de 2021. A Crunchbase atribui esse movimento ao fato de que muitas empresas levantaram uma quantidade razoável de capital em 2021 e estando melhor posicionadas para navegar a crise e evitar fazer novas captações este ano.

As únicas estatísticas que refletem a atual situação do mercado são o total investido em investimentos em Séries C, com uma média descrescente e poucas rodadas acima de US$ 100 milhões. Por outro lado, investimentos em Séries A aumentaram, com valor médio de investimento aumentando em relação a 2021.

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