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ATUALIZADA: Corrige o número de unicórnios da Kaszek, que é 11, não 5, como estava anteriormente.

A América Latina tornou-se nos últimos anos um verdadeiro haras para unicórnios. O número de companhias de alto crescimento que trilharam o caminho do venture capital e foram avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais já chega a 29. Algumas delas, inclusive, já completaram o ciclo completo de investimento e fizeram seus IPOs, como é o caso de VTEX, dLocal, Arco Educação, Stone e PagSeguro, ou foram vendidas, como a argentina Auth0.

O que a multiplicação de empresas com esse status representa – além da constatação de que a liquidez no mercado está absurda e tem muito dinheiro sobrando por aí – é uma fé renovada na região.

Segundo dados preliminares da LAVCA, só no 1º semestre, foram US$ 6,2 bilhões investidos em startups na América Latina, 50% a mais do que o total de 2020 inteiro. O número é puxado para cima por conta de mega rodadas como a série G do Nubank, que sozinha ficou em US$ 1,25 bilhão.

Tradicionalmente vista como instável politicamente e com um potencial de consumo baixo – uma gigante do mundo da tecnologia tinha uma piada interna na qual Latin America Region (LAR) significava Lowest Average Revenue, ou menor receita média – LATAM vem ganhando destaque na medida que serviços digitais permitem explorar ineficiências históricas com custos mais baixos que no passado e com potencial de escala local e até global. Isso se mostra na variedade de perfis dos unicórnios nascidos até aqui. Apesar da leve vantagem para as fintechs, existem nomes em diferentes segmentos como educação, jogos, comércio eletrônico, cripto e comida.

Pode-se discutir se é saudável, ou até mesmo sustentável essa corrida para criar unicórnios. Mas é inegável que o simples fato de falarmos sobre isso é um sinal de que as coisas estão acontecendo em um ritmo acelerado e interessante. Em 2017 eu era dos que achava que o Brasil nunca teria um unicórnio, que o terreno aqui era árido demais para o desenvolvimento dessa espécie. Achava muito mais viável falarmos em cabras da montanha, como teorizou Fernando Wagner, da Crescera.

Os maiores criadores de unicórnios latinos

Quem são os responsáveis por alavancar o valor de mercado dessas startups e torná-las unicórnios? Em 1º lugar os próprios fundadores e as equipes das empresas obviamente. Afinal, são eles que tocam o dia a dia da operação, traçam e executam os planos que fazem as companhias valerem bilhões. Os investidores chegam para ajudar com conexões, visão e claro, dinheiro. E neste caso, muito dinheiro.

Empatados na liderança dos aportes, com 11 cada uma, estão a SoftBank. Com seu Latin America Fund, lançado em 2019 com US$ 5 bilhões, e a Kaszek. Depois delas vem a Tiger Global, com 6 unicórnios no portfólio. Pois é, a Tiger, que não teve boas experiências no Brasil no passado, é um bom exemplo da fé renovada na América Latina que eu falei mais acima. Fica de olho nesses “meninos”. Depois dela, vem .

Abaixo desses 3 nomes estão vários outros investidores como General Atlantic, Redpoint, Ribbit Capital, Monashees, Ribbit, Insight Partners e G2D, com 2 ou 3 unicórnios no currículo.

Brasil na frente

Não é de se surpreender que o Brasil seja o líder na América Latina em dar à luz a unicórnios. Maior economia da região, país começou a amadurecer para o mundo das startups mais cedo que seus vizinhos, lá em 2010, o que permitiu a criação de safras de empresas, fundadores, ex-funcionários e investidores com experiência, o que é um fator fundamental para fazer a roda girar. Pode ver que a maior parte das rodadas de grande porte dos últimos tempos acontece em empresas com um time que já tem algum histórico, como a Cora.

Atualmente são 19 empresas que chegaram a valer mais de US$ 1 bilhão. E as perspectivas são promissoras. Entre as startups com potencial para se integrarem à turma estão: Neon, Olist, Cortex e Pipefy.

Dá uma olhada em quem já está nesse patamar:

99 (logtech) – mais de US$ 1 bi

Arco Educação (edtech) – US$ 2 bi

Creditas (fintech) – US$ 1,75 bi

Ebanx (fintech) – mais de US$ 1 bi

Gympass (healthtech) – US$ 2,2 bi

Hotmart (creator economy)  – valor não divulgado

Loft (proptech) – US$ 2,9 bi

Loggi (logtech) – US$ 2 bi

MadeiraMadeira (ecommerce) – mais de US$ 1 bi

Mercado Bitcoin (cripto) – US$ 2,1 bi

Movile – mais de US$ 1 bi

iFood – mais de US$ 1 bi

Nubank (fintech) – US$ 30 bi

PagSeguro (fintech) – US$ 19 bi

QuintoAndar (proptech) – US$ 4 bi

Stone (fintech) – US$ 22 bi

unico (idtech) – US$ 1 bi

VTEX (ecommerce) – US$ 3,75 bi

Wildlife (games) – US$ 3 bi

Além do Brasil

Mas a América Latina é muito mais do que o Brasil, obviamente. Argentina, Chile, Colômbia, México e Uruguai também têm seus unicórnios. Confira:

  • Argentina

Auth0 (autenticação) – US$ 6,5 bi na venda para a Okta

Prisma (fintech) – US$ 1,42 bi

Mural (colaboração) – US$ 2 bi

Nuvemshop (ecommerce) – US$ 3,1 bi

  • Chile

NotCo (foodtech) – US$ 1,5 bi

  • Colômbia

LifeMiles (programa de milhas) – US$ 1,15 bi

Rappi (foodtech) – US$ 5,2 bi

  • México

Bitso (criptotech) – US$ 2,2 bi

Kavak (autotech) – US$ 4 bi

  • Uruguai

dLocal (fintech) – US$ 5 bi

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