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Operação acirra disputa no mercado imobiliário

Em um negócio que não estava no radar, a OLX fechou a compra do Grupo Zap, quem engloba os sites Zap e VivaReal.

A operação de R$ 2,9 bilhões não colocou o Zap no panteão dos unicórnios como muita gente esperava – culpa sua, né dólar? – mas foi uma movimentação significativa para o mercado, que há muito tempo não via uma saída tão relevante – talvez nunca nesse montante?

O negócio reforça a competição no setor de imóveis no Brasil, que anda quente por conta da queda dos juros e a expectativa com a retomada da economia. Dos 11 unicórnios brasileiros, dois operam nesse segmento: o QuintoAndar e a Loft. A compra foi feita pela OLX Brasil com recursos aportados por seus sócios, a Prosus (braço recém-criado pela sul-africana Naspers para englobar seus negócios na área digital) e a norueguesa Adevinta, que administra sites de serviços e comércio eletrônico em 16 países.

O Grupo Zap foi criado em 2017 com a união dos dois maiores sites de venda de imóveis no Brasil. Por conta do prazo, fazia sentido que a companhia estivesse no momento de levantar recursos para financiar seus próximos passos. Nesse contexto a venda para um investidor estratégico pode ter feito sentido para os acionistas.

A companhia tinha como controlador o Grupo Globo, que tinha 100% do negócio até 2017, quando a integração com o VivaReal trouxe para a mesa a participação dos fundos Monashees, Kaszek, Valiant, Dragonner, Spark Capital e Lead Edge e de investidores pessoas físicas, como o fundador do VivaReal, Brian Requarth. Os sócios venderam 100% de suas participações. O Zap tem 800 funcionários e teve vendas líquidas de R$ 217 milhões em 2018. A o resultado operacional (Ebitda) ficou negativo em R$ 18 milhões – o que é natural por conta dos investimentos em marketing e expansão.

Já a OLX tem 750 funcionários e, em 2019, viu seus usuários venderem R$ 400 milhões R$ 59 bilhões em produtos em 2018 – métrica que o varejo chama de GMV. A companhia fica com um percentual desse volume. Em 2019, a receita foi de R$ 400 milhões. A companhia fica com uma parte desse total – um percentual que ela não revela, by the way. Nenhum detalhe sobre como os negócios vão operar – se integrados ou separados – foi dado por enquanto. A expectativa é definir isso depois da aprovação do negócio pelo CADE, que deve acontecer no segundo semestre.

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