Negócios

OneFlow deixa de ser exclusivo do ERP Omie para atender contadores

Plano da empresa é dobrar a base de contadores utilizando a solução e trazer mais empresas para o ERP Omie

Contabilidade
Crédito: Canva

O OneFlow, solução de gestão contábil criada por uma joint venture liderada pela Omie junto a quatro players do mercado (SCI Sistemas Contábeis, Tron, Fortes Tecnologia e Kevo/Mastermaq), não é mais exclusivo para empresas que utilizam o ERP Omie. Agora a solução está disponível para contadores que trabalham como outros ERPs em seus clientes.

Com a nova postura agnóstica, o OneFlow pode automatizar atividades de integração de informações contábeis de diversos ERPs e de documentos fiscais eletrônicos de órgãos públicos. “A ampliação da OneFlow nos permite alcançar cada vez mais profissionais e expandir nossa rede de contadores parceiros”, explica Heverton Gentilim, diretor de produtos da companhia.

A OneFlow espera dobrar a sua base de contados atendidos com o novo posicionamento da solução web. “Hoje já temos 40% do mercado de escritórios de contabilidade e queremos dobrar este market share até 2025”, completa Heverton.

Conforme explica o executivo, ao aumentar sua abrangência de atendimento, o OneFlow agora entra na briga tanto com players mais tradicionais de sistemas contábeis, mas também entra no campo de batalha com startups que atuam preenchendo “gaps” de integração entre os sistemas dos escritórios e os ERPs das empresas.

“Hoje temos vários sistemas ‘picados’ na parte fiscal. Um exemplo são startups que são dedicadas a buscar notas fiscais dentro das bases dos municípios, ou buscar informações no internet banking das empresas, e integrar com os módulos contábeis. Nós queremos eliminar esta complexidade de vários sistemas complementares, para que o contador possa fazer tudo sem sair do OneFlow“, destaca Heverton.

Heverton Gentilim, diretor de Produtos da OneFlow
Heverton Gentilim, diretor de Produtos da OneFlow (Foto: Divulgação)

Ampliando o ecossistema

Para a CRO da Omie, Aurora Suh, a mudança de posicionamento do OneFlow também ajuda com a presença da companhia junto a outras que não possuem o Omie como ERP. “Em nosso core business, temos um mercado endereçável de 5 milhões de companhias. Mas falando de empresas que utilizam contadores, estamos falando de 20 milhões de CNPJs”, avalia a executiva.

Na visão de Heverton, abrir o OneFlow para contadores atenderem clientes que não utilizam Omie é uma forma de estender a abrangência da ERP, e gerar oportunidades de trazer mais empresas para sua base. De acordo com o diretor, a medida atual resolve dores do contador, que depois pode levar o Omie para seus clientes.

“Contadores são agentes influenciadores na estratégia das empresas que atendem, e podem também influir na escolha de um novo sistema de gestão. O ideal é um cenário em que o OneFlow funcione com o Omie, e podemos ganhar com isso a partir dos contadores”, completa Heverton.

Para Aurora, a mudança no OneFlow se alinha com o plano da Omie de criar um grande ecossistema de empresas conectadas a partir de diferentes soluções. “Hoje atendemos cerca de 110 mil clientes, e nossa meta é chegar a 1 milhão de clientes até 2025”, pontua.

Aurora Suh, CRO da Omie
Aurora Suh, CRO da Omie (Foto: Divulgação)

Máquina de M&A

Por falar em ecossistema, a Omie está investindo pesado para construir essa rede – e dá-lhe aquisições para expandir o portfólio. Recentemente a companhia enveredou pelo caminho dos serviços financeiros, comprando a Ergoncredit, player que atua em crédito para PMEs – a Omie adquiriu 100% da companhia, por um valor não divulgado.

A nova funcionalidade passou a fazer parte de um novo portal lançado pela marca – o Portal Omie, que além da solução de crédito, deverá incluir outras features como compra, venda, ordens de produção e conciliação fiscal.

No mercado desde 2013, a Omie já levantou mais de R$ 690 milhões em investimentos em sua trajetória. Porém, no último ano, o ritmo de aportes – e de aquisições – ficou mais intenso. Em agosto do ano passado, a companhia fisgou R$ 580 milhões com o SoftBank em uma rodada C. Dois meses depois, a companhia estendeu a rodada, com um aporte não revelado saindo do bolso da chinesa Tencent.

Com o caixa recheado, a empresa continuou a rodar sua máquina de M&A, que tinha começado em novembro de 2020 com a compra da Mintegra, plataforma que integra marketplaces a ERPs, seguiu com a aquisição da Devi, de soluções para PDV, e da G-Click, voltada a recursos contábeis.

Depois do cheque então, veio a maior compra: em novembro pagou R$ 120 milhões em dinheiro pelo banco digital Linker e em fevereiro deste ano foi a vez da catarinense Compass, desenvolvedora de soluções de customer experience, num negócio de valor não divulgado.