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A Paketá, fintech especializada em soluções para crédito consignado para colaboradores CLT, resolveu se dividir em duas para separar unidades de negócio e organizar a sua estratégia de crescimento. Agora a empresa faz parte da holding Atmosfera, junto com a startup de tecnologia Base39.

Em entrevista ao Startups, o fundador e CEO da empresa Fabian Valverde revelou os motivos da decisão. Segundo ele, a reestruturação se baseou na separação das frentes produto e plataforma da companhia: a Paketá se mantém como a empresa de ofertas em crédito consignado, enquanto a Base39 cuidará da plataforma tecnológica de concessão destes empréstimos, atuando de forma B2B2C e habilitando bancos e fintechs a oferecerem produtos de crédito.

A decisão de criar a Base39 se deu pelo crescimento da parte de plataforma, que deixou de atender apenas a Paketá. Hoje a solução de crédito consignado da companhia é oferecida no formato SaaS para diversos players financeiros. Um dos clientes é o banco Itaú, que chegou fazer um aporte de R$ 27 milhões na fintech no ano passado, por meio da Kinea Ventures.

“Com o tempo, nossa plataforma foi ficando cada vez mais sofisticada e chamou a atenção de outros players que quiseram utilizar nossa solução para gerir seus créditos consignados”, explica Fabian.

Na visão do CEO, a Base39 deve se tornar maior que a Paketá em termos de receita para a Atmosfera. “Hoje a Paketá representa 75% do faturamento, mas a tendência é essa proporção se inverta”, avalia o executivo.

Fabian Valverde, fundador e CEO da Paketá (Foto: Divulgação)

Para a Paketá, por sua vez, o foco é manter o ritmo de crescimento, agora concentrando esforços na parte comercial. Em 2022 a empresa já aumentou em 14 vezes seu volume de créditos concedidos em relação a 2021, e quer manter este ritmo. “Hoje temos 1800 empresas conveniadas, sendo a menor com 3 funcionários e a maior com 70 mil”, afirma.

Potencial do mercado

Para explicar a mudança de posicionamento, Fabian se baseia nos números do mercado, que hoje movimenta cerca de R$ 29 bilhões. “No Brasil, temos cerca de 35 milhões de funcionários CLT que podem adquirir este serviço”, avalia.

O CEO não teve a competição, mesmo com players que eles mesmo estão ajudando a criar. Segundo ele, o mercaod ainda reserva espaço para muitos, e o plano é ganhar capilaridade de diferentes maneiras. “Se não conseguimos atender todos enquanto Paketá, podemos fazer isso através da Base39 a força de distribuição de nossos clientes”, pontua.

Com isso em mente, tanto a Paketá quanto a Base39 já pensam na diversificação do portfólio, incluindo novos produtos além do crédito consignado em folha. A empresa já lançou no último ano as soluções de crédito salário e crédito saque FGTS.

Apesar das ideias de expansão, as companhias não devem mergulhar no oceano vermelho de outros serviços financeiros, e deve ficar no modelo consignado junto a empresas. “Temos outros produtos a serem explorados, sempre pensando na folha de pagamento, com capacidade de pagamento, com a CLT gerando melhores taxas e menor custo”, destaca o CEO.

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