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Quando o assunto é esporte, ou mais especificamente futebol, o brasileiro está entre os públicos mais engajados do mundo. Apesar disso, transformar esse engajamento em receita ainda é um desafio. Pensando nisso, a sportstech FanBase desenvolveu uma tecnologia própria de inteligência, e para escalar seu negócio acabou de receber um aporte pré-seed da DOMO Invest.

O investimento de R$ 1 milhão feito com a Bossanova será destinado principalmente ao aperfeiçoamento da plataforma B2B da empresa. Ela conecta os pontos de contato que o clube tem com seus fãs para extrair dados e insights, dando uma visão mais detalhada da jornada dos fãs de um clube ou liga.

Conforme explica o cofundador e CEO da empresa, Rafael Mangabeira, hoje os clubes têm diversos sistemas de relacionamento, desde lojas licenciadas, passando por sistemas de venda de ingresso e de gestão de associados, entre outros. Contudo, segundo Rafael, os clubes não cruzam estas informações para tornar suas vendas e seu engajamento mais efetivo.

“Vimos que há uma enorme dificuldade por parte do mercado esportivo em potencializar a relação de consumo com seu contingente de torcedores e fãs”, explica Rafael, que revela que a ideia da Fanbase nasceu de sua experiência como gerente de novos negócios no Corinthians, onde viveu estas dificuldades na prática. “A ideia nasceu lá, mas vi que ela tem potencial de atender o mercado esportivo como um todo”, completa.

Rafael Mangabeira
Rafael Mangabeira, cofundador e CEO da FanBase (Foto: Divulgação)

De acordo com a startup, essa visão 360º do usuário é possível através da criação de identidades únicas para cada fã ao longo da cadeia de parceiros de um clube ou entidade. Segundo Rafael, isso é o que permite identificar se um torcedor comprou um ingresso para um jogo é o mesmo que iniciou uma compra numa loja online do clube, mas não finalizou a compra, dando oportunidade para finalizar uma oportunidade de venda.

Ainda de acordo com Rafael, é essa tecnologia de conexão que diferencia a Fanbase de um sistema de CRM, por exemplo. “O que a gente faz é uma etapa anterior a isso, reunindo as informações de torcedor com um conceito de conta única para cada torcedor. No Ceará (Sporting Club), cada torcedor tem o Vozão ID. Unifica a entrada do torcedor em diferentes sistemas, facilitando o trackeamento da jornada dos torcedores”, explica o CEO.

Além do esporte

Com esta proposta, atualmente a Fanbase já atende cerca de 18 clientes, com clubes como o Ceará, Fortaleza, Sport, e entidades esportivas como a Stock Car, Superliga de Vôlei, Copa do Nordeste e Federação Paulista de Futebol (FPF). Para o próximo ano, o plano da sportstech é dobrar o número de clientes e multiplicar a base de fãs mapeados.

“Temos um roadmap pra ter 5 milhões de fãs mapeados em 2 anos, e chegar aos 12 milhões de fãs em nossa base até 2025”, explica Rafael. Para aumentar essa abrangência, a FanBase não pretende ficar só no esporte, não. “Fãs não são exclusividade do mundo esportivo. Existe um potencial grande em outras áreas como eventos e eSports, por exemplo”, acrescenta.

Além do investimento em plataforma e time, que hoje é composto de 15 pessoas, a sportstech também deve investir na parte comercial para impulsionar sua presença no mercado – e a busca por clientes não deve ficar só nos clubes mais famosos. “Por ser uma solução SaaS, temos planos para atender desde os grandes clubes quanto os locais, segunda divisão e ligas também. Aliás, quanto menor o clube, mais estas tecnologias podem ajudar, pois tem relação com a comunidade”, afirma Rafael.

Para Franco Pontillo, sócio da DOMO Invest, o investimento na FanBase dialoga com um mercado que tem muito engajamento no país, mas que ainda carece de soluções para mensurar e potencializar este engajamento. “Os clubes nacionais ainda estão numa fase anterior à internet, trabalhando com estimativas e soluções rodando em separado. Investimos na FanBase por ser uma solução que vai ajudar estes players a aumentar sua taxa de conversão”, finaliza.

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