Tava demorando para Elon Musk causar, de novo. O bilionário tuitou nesta sexta-feira (13) que está suspendendo “temporariamente” sua oferta para comprar o Twitter. A bomba vem semanas depois do empresário anunciar a aquisição da rede social em um acordo de US$ 44 bilhões.
Segundo publicou em seu perfil no Twitter, antes de avançar com o acordo, ele aguarda a entrega de cálculos detalhados que confirmem, de fato, que as contas falsas e spams na rede social representam menos de 5% dos usuários da plataforma, conforme estimativa feita pela rede no início deste mês. Quando anunciou a aquisição da rede social, com a promessa de tornar o Twitter mais aberto à liberdade de expressão, Musk se comprometeu a derrotar os bots de spam e purgar as contas falsas.
“O acordo do Twitter foi suspenso temporariamente para aguardar os detalhes pendentes que apoiam o cálculo de que contas spam/falsas representam de fato menos de 5% dos usuários”, tuitou Musk. Duas horas depois, publicou: “Ainda comprometido com a compra”.
Obviamente, o mercado não reagiu muito bem ao anúncio desta sexta-feira. As ações da rede social caíram 25% nas negociações pré-mercado da bolsa dos EUA.
Quem não está botando fé que essa compra será de fato concluída é Scott Galloway, professor da Universidade de Nova York e guru do Vale do Silício. Na quarta (11), durante o evento BTG TechDay, em Nova York, Scott disse que nos próximos meses, enquanto o acordo está pendente, a ação da Tesla vai desmoronar. Como consequência, “os banqueiros devem exigir uma margem muito maior para garantir o financiamento”.
Em abril, Scott já tinha cantado a bola em entrevista ao podcast Pivot que, apesar de Musk ser dono de uma fortuna estimada em quase US$ 260 bilhões, não teria como seguir com a compra do Twitter sem colocar uma boa parte das ações da Tesla como parte do negócio.
Causador no Twitter
Não é de hoje que Elon Musk gosta de utilizar as redes sociais para comentar os assuntos do momento ou a sua empolgação com produtos novos. Mas sua produção de conteúdo online, acompanhada por mais de 45 milhões de seguidores, divide opiniões.
Enquanto muitos o veneram como gênio e visionário, outros tantos o consideram um playboy que gosta de brincar de manipular o mercado, principalmente pelo teor de seus posts no Twitter.
No ano passado, um tuíte do bilionário fez disparar 230% o valor de mercado da moeda Baby Doge, um “clone” da Dogecoin, que promete velocidades de transação mais rápidas. Na época, ele escreveu no Twitter, como estivesse cantarolando: “Baby Doge, doo, doo, doo, doo, doo”. Pronto: foi o suficiente para fazer o valor da moeda disparar. Anteriormente, ele fez o mesmo com a Dogecoin e até com a CumRocket, uma moeda ligada à indústria do sexo.
A atividade do bilionário nas redes sociais já acabou lhe rendendo um processo na Comissão de Segurança e Comércio (SEC), a CVM americana. Em 2018, Musk postou no Twitter sugerindo que tiraria a Tesla, sua empresa de carros elétricos, da bolsa de valores e que teria “financiamento garantido” para isso, algo que já foi desmentido várias vezes. Ainda assim, ele insiste até hoje que era tudo verdade.
Jornalista com 12 anos de experiência no mercado de TI corporativa dedicados à apuração e produção de reportagens sobre tecnologia, negócios, finanças e carreira, incluindo a cobertura de eventos internacionais. Tem passagens por veículos e empresas de mídia de destaque do segmento, como TI Inside e IT Mídia.