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Lançado há pouco mais de três anos, o Pix já se tornou o meio de pagamento queridinho dos brasileiros, e a expectativa é que ganhe uma importância ainda maior nos próximos anos. A modalidade já representa 30% do volume de transações no e-commerce nacional, segundo dados da pesquisa The Global Payments Report 2024, divulgada nesta terça-feira (07) pela empresa de processamento de pagamentos Worldpay. A instituição projeta que, até 2027, o Pix corresponda a 50% do volume das vendas online.

Entre os mercados com grandes populações, o Brasil é líder global no segmento de Account to Account (A2A), modalidade em que o Pix se encaixa, apontou Juan Pablo D’Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay para a América Latina, durante coletiva de imprensa. Essa modalidade inclui todo tipo de pagamento em que o valor é debitado diretamente da conta, como no caso dos cartões de débito.

“Na nova geração de produtos A2A, o Pix está no topo da lista. Os cartões de débito são historicamente muito usados na Europa, por exemplo, mas ninguém esperava que o Pix em menos de quatro anos fosse ganhar uma fatia tão relevante do mercado. Foi a transformação mais rápida da história em meios de pagamento, e virou caso de estudo para outros países. O Pix também chama a atenção por ter sido impulsionado pelo Banco Central, e não pela iniciativa privada”, afirma Juan.

O executivo destaca que outros países possuem soluções parecidas, como o FedNow, lançado pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano. No entanto, a modalidade não foi aceita pela população como ocorreu no Brasil. Para Juan, o crescimento na utilização do Pix será exponencial à medida em que o Banco Central começar a permitir novos usos para o pagamento instantâneo, como o parcelamento de compras, por exemplo.

“O banco central de qualquer país pode criar um meio de pagamento que, se o consumidor não gostar, não vai usar. Mas o Pix atendeu uma necessidade que estava latente nos consumidores brasileiros. A modalidade foi a grande responsável pela queda do uso do dinheiro em espécie nos pontos físicos. O fato de não ter que carregar dinheiro em espécie é um alívio tanto para o consumidor e o vendedor, por questões de segurança”, destaca.

Ameaça aos cartões de crédito

De acordo com o estudo, o dinheiro em espécie vem perdendo espaço para os pagamentos digitais. O uso de dinheiro físico correspondeu a 22% das transações em 2023, uma queda em relação a 2022, quando era de 26%. A projeção é de chegar a 12% em 2027. 

Juan acredita que, no futuro próximo, o Pix também pode começar a abocanhar uma fatia do mercado de cartões de crédito, com a possibilidade de parcelar as compras. Hoje, no Brasil, o cartão de crédito lidera as transações no e-commerce, com 40% do volume nas lojas online, e 36% nos pontos de venda. 

“Provavelmente o Pix vai avançar no mercado dos cartões, mas não substitui, já que o cartão oferece vantagens além do parcelamento. Por exemplo, com o cartão o consumidor tem a possibilidade de contestar compras em caso de fraude, além de ter benefícios, como pontos, milhas, e até mesmo seguros. Coisas dessa natureza oferecem valor agregado ao cartão de crédito, que não será substituído pelo Pix”, avalia Juan.

Carteiras digitais

Quando o assunto são as carteiras digitais, porém, o Brasil ainda está atrás de outros países. A modalidade correspondeu a apenas 16% do volume de transações no e-commerce em 2023 no país. A Argentina lidera a América Latina em pagamentos de comércio eletrônico com as carteiras digitais, com quase o dobro de transações do Brasil.

“Hoje, as carteiras digitais estão crescendo exponencialmente, e já são o meio preferido para pagamentos na Ásia, Europa e América do Norte. Este método deverá liderar os pagamentos em e-commerce em todas as regiões globalmente até 2027”, comenta Juan Pablo D’Antiochia.

Na Europa, carteiras digitais lideram o e-commerce, representando 30% do valor transacionado. A expectativa é que cheguem a 40% em 2027.

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