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Depois de um período de vacas gordas e empolgação do venture capital nos últimos anos, em 2022 o private equity reagiu forte no Brasil. Segundo um levantamento da KPMG e da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), os aportes em companhias mais maduras alcançaram R$ 11,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, uma alta de 2.725% sobre o mesmo período no ano passado.

Por outro lado, segundo o relatório, o volume de venture capital, recuou 62% para R$ 5,2 bilhões na mesma base de comparação. Colocando o primeiro semestre de 2022 contra o mesmo período em 2021, os aportes de private equity pularam de R$ 2,3 bilhões para R$ 16,5 bilhões, um crescimento de 617,4%. Já os investimentos de VC praticamente caíram pela metade, de R$ 22,4 bilhões para R$ 11,6 bilhões.

Outro dado interessante foi a guinada do private equity ainda em 2022. No primeiro trimestre, foram R$ 5,2 milhões – no segundo trimestre, o volume saltou para R$ 11,3 bilhões, um indicativo de que investidores resolveram colocar seu dinheiro em negócios mais robustos e com menor risco.

O fato é que durante o ano, alguns negócios de grande porte rolaram para jogar os valores do private equity lá em cima. Um exemplo foi o aporte que a canadense Brookfield fez para a aquisição de 12 prédios da BR Properties em capitais brasileiras – um negócio de R$ 5,92 bilhões. A Brookfield também desembolsou R$ 3,5 bilhões para comprar a Unidas, negócio que liberou a fusão da Localiza com a Unidas.

Entre abril e junho, 18% das empresas que receberam os aportes de PE e VC eram do setor de serviços financeiros, 14% de tecnologia da informação e 11% do setor de varejo. Entre os setores com maior número de empresas investidas por VCs, 21% eram dos segmentos de fintech e insurtech, 12% retailtech e 11% healthtech.

De acordo com o presidente da ABVCAP, Piero Minardi, o ambiente de negócios no Brasil ficou mais desafiador este ano, dada às incertezas econômicas, guerra na Ucrânia e eleições no Brasil, mas o país segue com potencial de expansão.

“O equilíbrio entre os valores consolidados em private equity e em venture capital demonstra que, em ambos os casos, os investidores estão focados em um crescimento de longo prazo e, por isso, mantendo o fôlego para preservar recursos e avaliando os riscos”, destaca em nota o presidente da associação, que também é executivo da Warburg Pincus no Brasil.

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