A proptech colombiana La Haus é umas das mais novas empresas a embarcar na onda do bitcoin. A companhia anunciou hoje que vai adotar a criptomoeda como uma opção de pagamento na compra e venda de imóveis por meio de sua plataforma. O processamento das operações será feito por meio da OpenNode.
O lançamento está sendo feito em um empreendimento em Playa del Carmen, no México e a expectativa é ter a opção disponível em mais imóveis em breve. Criada em 2017, a La Haus opera em 10 cidades na Colômbia e no México. A companhia diz já ter intermediado mais de US$ 1 bilhão em transações e tem 1 milhão de usuários por mês.
De acordo com Rodrigo Sánchez-Ríos, cofundador e presidente da proptech, alguns clientes vinham pedindo que a companhia fizesse esse movimento por conta de questões como eficiência e experiência do usuário. Mas expectativa não é que a moeda digital se torne o principal meio usado nas transações. “Esperamos que a maior parte dos negócios ainda continuem sendo feitas em moeda local, mas queríamos abrir a porta para aqueles que já estão no mercado de bitcoin. Há certamente uma demanda, e o bitcoin oferece alguns benefícios que são importantes para o mercado imobiliário em particular, como a transparência e o registro das transações”, disse ao Startups.
Por que bitcoin e não… shiba?
A opção pelo bitcoin veio por ele ser a principal criptomoeda, mas a La Haus não se diz atrelada a ela. “Cripto e tecnologias descentralizadas têm o potencial de criar mudanças positivas em termos de confiança e eficiência. Não podemos prever o futuro e dizer se o bitcoin será a moeda definitiva. Mas o que podemos fazer é aprender o máximo possível e criar os melhores produtos que se encaixam no nosso propósito”, diz.
Na avaliação de Rodrigo, a questão regulatória sobre o uso de criptomoedas está aos poucos ficado mais clara, com os ativos passando a ganhar espaço no mercado financeiro e também no balanço de empresas como Tesla e Twitter – até o Tim Cook, da Apple, declarou investir dinheiro próprio em criptoativos e estudar a área há algum tempo, apesar de não ter planos de colocar dinheiro da empresa nesse mundo.
Rodrigo destaca que a La Haus não pretende se dedicar a nenhuma atividade especulativa com criptomoedas. “Não vamos fazer nada que vá além do que for necessário para dar sustentação aos rumos normais do nosso negócio”, diz.
Planos e competição
Desde sua fundação a La Haus levantou mais de US$ 150 milhões em investimento de nomes como Acrew Capital; TIME Ventures, do Mark Benioff; Bezos Expeditions, do Jeff Bezos; Endeavor Catalyst; NFX; Kaszek; o cofundador do Rappi, Simon Borrero e Davi Vélez, do Nubank. A meta é chegar a todas as principais regiões metropolitanas da Colômbia e do México até o fim do ano. Segundo Rodrigo, a ambição é levar sua oferta para toda a América Latina e para o mundo, mas os dois países ainda são a prioridade.
Há duas semanas a companhia ganhou um reforço na competição no México com a compra da da TrueHome pela Loft. Rodrigo destaca que o mercado é muito interessante, por isso tem chamado a atenção e ressalta que a La Haus “realiza mais transações por lá do que qualquer outro”, com um crescimento de 10 vezes no último ano.
Jornalista com mais de 15 anos de experiência acompanhando os mundos da tecnologia e da inovação, com passagens pelo DCI, Sebrae-SP, IT Mídia e Valor Econômico. Fundador e Editor-Chefe do Startups.com.br.