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QI Tech é a primeira fintech SCD a distribuir títulos e valores mobiliários

QI DTVM nasce com tecnologia proprietária escalável para prover administração e custódia de fundos e atuar como corretora de câmbio

Foto: Canva
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A QI Tech, empresa de tecnologia voltada a serviços financeiros e primeira SCD aprovada pelo Banco Central, vai ampliar seu escopo de atuação. Além de Sociedade de Crédito Direto, a fintech passará a operar como Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), sendo a primeira SCD a obter uma licença do tipo. A aprovação deve ser emitida pelo Banco Central até o fim deste ano.

Assim como a fintech fundada em 2018, a QI DTVM vai oferecer todo seu portfólio como serviço (as a Service). Ela nasce com tecnologia proprietária escalável, com grande parte da operação automatizada. O objetivo é digitalizar o processo de administração e custódia de fundos de investimento, de modo que ele funcione 24 horas por dia, sete dias por semana e facilite a interação entre FIDCs e as operações de crédito privado.

“Nossa demanda pela DTVM veio pelos próprios clientes da QI Tech, que ansiavam por uma tecnologia mais moderna para administração de fundos, ao contrário das tradicionais disponíveis no mercado que carregam muito legado”, afirmou Marcelo Bentivoglio, sócio responsável pela estratégia da companhia, em conversa com o Startups.

A previsão é que a partir do primeiro semestre de 2023 a fintech já passe a administrar Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, FIDCs, apenas com a ajuda de robôs. Até lá, a empresa deve trabalhar no desenvolvimento de sua plataforma ‘as a Service’. Com isso, a expectativa é finalizar este ano com R$ 10 bilhões de operações de crédito emitidas, o dobro do movimentado em 2022. 

A proposta do novo negócio que vai caminhar em paralelo com a QI Tech é de prover três novas verticais de serviços financeiros: administração e custódia de fundos, infraestrutura de investimento ‘as a Service’ e por fim, uma corretora de câmbio. “Com a mesa de câmbio da QI DTVM, vamos ser a primeira fintech a oferecer Buy-now Pay-later (BNPL) cross-border, ou seja, um cliente brasileiro poderá viajar para os Estados Unidos e poderá comprar parcelado em lojas que, hoje, só aceitam pagamentos à vista”, explicou Marcelo.

Além de oferecer os serviços de administração e custódia automatizados, a QI DTVM permitirá que qualquer escritório de investimento autônomo possa alugar a infraestrutura para prover produtos de investimentos com mais flexibilidade e segurança aos clientes.

Marcelo Bentivoglio, sócio responsável pela estratégia da QI Tech (Foto: Divulgação)

Na esteira do crescimento da QI Tech

Segundo Marcelo, a expectativa é encerrar 2023 com ao menos 30 clientes. A ideia é que a QI DTVM trilhe o mesmo sucesso e crescimento alcançado pela QI Tech. Atualmente, a fintech conta com quase 100 funcionários e 200 clientes – entre fintechs, empresas tradicionais e gestoras de investimentos. Mensalmente, a empresa emite cerca de R$ 600 milhões em crédito para diversos setores da economia. 

Em novembro de 2021, a QI Tech recebeu seu primeiro aporte: R$ 270 milhões do Fundo Soberano de Singapura (GIC). Parte da grana inclusive foi destinada à operação da QI DTVM, enquanto outro montante foi destinado à acelerar o crescimento de forma inorgânica através de aquisições.

A primeira delas foi a compra da Zaig, empresa que atua na prevenção de fraudes e esteira cadastral para clientes, um mês após o dinheiro do aporte ter caído na conta da fintech. Logo o negócio se tornou um produto de “conheça seu cliente” da QI Tech.

Uma segunda aquisição ainda não rolou em razão da menor liquidez do mercado ao longo de 2022. No entanto, ainda de acordo com Marcelo, a continuidade dessa estratégia não está descartada, assim como a possibilidade de receber novos aportes.