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Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo. Depois de algumas semanas criando um mistério em torno de sua nova empreitada, o ex-AWS Fred Santoro apresentou os detalhes de como vai funcionar o venture market Raketo.

Se você está se perguntando (como praticamente todo mundo nos últimos dias) o que é um venture market, a explicação é bem próxima da tradução mesmo: um ‘mercado’ onde startups terão opções para fazer captações de recursos.    

Na prateleira estão as ofertas privadas com investidores anjo, family offices e fundos de investimento; e as públicas por meio de ofertas de equity crowdfunding. No caso das ofertas públicas, elas serão feitas usando a plataforma da Divi-hub – startup na qual Fred é investidor e membro do conselho -, já se aproveitando das novas regras para o setor previstas pela CVM. Logo de cara, 3 companhias estão com ofertas listadas: a hrtech Gria, a DNVB de bebidas Don Luiz e a proptech É Leme. Os aportes podem ser feitos a partir de R$ 10 mil.

O modelo de negócios da Raketo está baseado no success fee, um percentual cobrado em cima do montante que a startup captar. De acordo com Fred a ideia é chegar a 25 startups brasileiras atendidas até o fim do ano que vem.

Segundo ele, desde que o nome da companhia foi apresentado no Startup Summit, há duas semanas, como você leu no Startups, cerca de 200 companhias o procuraram. “Não vou querer fazer mil startups por mês porque a ideia é estar próximo. E porque vamos ter skin in the game [com investimento da própria Raketo nas rodadas]”, diz.  

Fred conta que o plano é atuar principalmente nos estágios de pre-seed e seed, que oferecem melhores perspectivas de valorização de investimento no longo prazo. Mas a possibilidade de entrar em estágios mais avançados está aberta. Ele também diz que pretende ter uma atuação internacional, aproveitando o fato de a Divi-hub aguarda liberação da SEC para atuar nos EUA (o que pode acontecer até o fim do ano) e também pretende ir para a Europa.

Mas o trabalho da Raketo começa antes da divulgação de uma oferta, seja ela pública ou privada. Primeiramente, é feito todo um trabalho de diagnóstico, preparação e avaliação para decidir qual o melhor caminho a ser seguido.  

Para fazer isso, Fred montou uma rede de 14 mentores que vão apoiar os negócios. Na lista estão nomes como Bruno Stefani, da AB InBev; Fabiano Cruz, da Zoop, Etienne du Jardin, da MIMO e Nubia Mota, da Adobe.

Segundo Fred, com a Raketo, ele continuará a ajudar o ecossistema como fez durante os quase 3 anos em que esteve à frente do programa apoio a startups da AWS no Brasil.

“Aprendi que existe um potencial muito grande nesse mercado, tive visibilidade, mas tenho um sonho de ter impacto construindo o meu próprio negócio. O propósito de ajudar startups continua. E quero que os investidores passem a ter pelo menos 5% de exposição a esse segmento”, conta o baiano que cofundou a Zigpay e investe em companhias como Divi-hub, Flapper e iÇougue.

A Raketo foi criada por Fred e recebeu investimento de Tiago Galli (cofundador do C6 Bank), de Yan Tironi (fundador de companhias como Amigo Edu, Cubos Academy e PeerBnk, que também foi executivo do Citi e do Itaú BBA) e de Ricardo wendel, fundador da Divi-hub.

Melhor momento

A Raketo abre as portas no momento em que o mercado de venture capital passa por um reset, com valuations sendo reduzidos, demissões em massa, e as torneiras que jorraram dinheiro nos últimos anos se fechando.

Na avaliação de Fred, não poderia haver melhor momento. “O mercado está maravilhoso. O investimento em seed aumentou 86%. Tem um monte de aventureiro saindo do mercado. Quem tá chorando é porque não fez o dever de casa. Uma empresa não pode ser feita para investidores. Tem que ser feita para clientes. É uma super oportunidade para investidores entrarem e para quem pensa no longo prazo”, resume.

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