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As criptomoedas e os criptoativos estão no centro das discussões entre reguladores e empresas ao redor do mundo no momento. Enquanto os mais apaixonados pelo assunto refutam a ideia, reguladores defendem que o movimento é necessário para dar mais segurança ao mercado – sem falar, é claro, na possibilidade de conseguir alguma arrecadação adicional.

Nos EUA, a queda de braço esquentou nas últimas semanas depois que a SEC disse ao governo dos EUA que algumas das operações da Coinbase estão em terreno regulado e pediu mais poder de fogo para agir no mundo de cripto. Aqui no Brasil, o projeto de lei 2303/15 quer regular o segmento.

Para David Gobaud, fundador e presidente da fintech de investimentos em ações e criptomoedas Passfolio, a regulação é um bom passo. “As pessoas querem clareza. Especialmente nos EUA. As empresas mais avançadas não permitem que cidadãos americanos usem seus serviços porque a regulação não permite. Não ajuda simplesmente deixar indefinido e depois você não sabe o que está acontecendo. As regras estão evoluindo nos EUA e no mundo e isso vai ajudar na evolução do mercado”, diz.

Na avaliação de David, a disputa entre a SEC e o Coinbase muito provavelmente será decidida nos tribunais. “É como o Mark Cuban disse. Se os próprios reguladores não conseguem decidir o que deve ser feito, você leva para a Justiça e deixa um juiz tentar resolver. É uma regulação togada”, brinca.

Para David, o assunto de cripto não vai sumir porque há espaço para um ledger digital unificado e global. “Como uma pessoa que toca uma empresa internacional eu sei as dificuldades de mandar dinheiro entre países, as transferências são lentas, caras”, diz.

Histórico em cripto

A Passfolio começou a operar em 2017 como uma exchange de cripto e pouco depois ampliou sua atuação para incluir também ações.

Além da demanda para compras e operações internacionais, David percebeu que muita gente buscava o Bitcoin como uma forma de se proteger de oscilações em suas próprias moedas já que fazer isso investindo nos EUA era muito complicado. “Você só conseguia fazer isso tendo US$ 500 mil. Nem eu tenho essa quantidade de dinheiro”, brinca.

Para David, o movimento que o Robinhood fez nos EUA, de promover investimentos sem tarifas e comissionamento (que foi seguido por praticamente todo o mercado) vai acontecer também fora de lá, com mais acesso ao mercado americano.

Mas no radar da companhia não está só sua terra natal. A proposta é abrir as portas para investimentos em diversas partes do mundo – inclusive para que estrangeiros invistam no Brasil. Também há previsão de ampliar o tipo de produtos oferecidos, incluindo mutual funds, opções entre outras opções.

Até hoje, a Passfolio transacionou mais de US$ 410 milhões em operações no seu aplicativo, sendo US$ 360 milhões de brasileiros.  São 150 mil contas abertas, sendo 130 mil de brasileiros. Em termos de ativos sob custódia, são US$ 110 milhões, com os brasileiros respondendo por US$ 85 milhões.

Apesar da concentração de brasileiros, ela tem usuários de mais de 170 nacionalidades diferentes, localizados em mais de 150 países. No Brasil a Passfolio opera em acordo com a RB Investimentos.

Quero ser banco

Em novembro, a companhia vai estrear na oferta de serviços financeiros com uma conta corrente nos EUA atrelada a um cartão de débito. O Brasil será o 1º a receber a novidade. O país é uma prioridade para a companhia. “O interesse em cripto no Brasil, junto com o ambiente regulatório avançado, provou ser um país atraente, com mais gente procurando oportunidades de investimento. Todas as peças fizeram sentido”, diz.

Segundo ele a diferença do serviço em relação a opções como Avenue e Nomad, que também estão querendo levar o dinheiro dos brasileiros para investimentos internacionais, ficará nas menores taxas cobradas: 0,38% para depósitos em reais na conta e de 1,45% de taxa de câmbio. Em setembro a australiana Stake reduziu sua taxa, que ficava na casa dos 2%, para 1,6%, para efeito de comparação.

Assista à integra da conversa com David no canal do Startups no YouTube.

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