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Um ano e meio depois do previsto, a australiana Stake vai começar a oferecer sua plataforma de investimento no exterior no Brasil. Nas próximas semanas, quem se cadastrou na fila de espera no site terá o acesso liberado. A expectativa é abrir o serviço para o público em outubro, segundo Paulo Kulikovsky, responsável pela operação da companhia na América Latina. Ele não diz quantas pessoas estão na fila. O Startups apurou que seriam cerca de 5 mil.

Os membros do chamado “Founders Club” vão ganhar mimos como uma ação da Nike, Dropbox ou GoPro após o primeiro depósito, além de outros benefícios. “Como diversificação, faz sentido ter investimento lá fora, ter alguma proteção em dólar. E há interesse por isso”, diz Kulikovsky, destacando que dos cerca de 3 milhões de CPFs cadastrados na bolsa, quem tem investimentos fora do Brasil não deve chegar a 100 mil.

Para se diferenciar da Avenue, a proposta da Stake é oferecer transações sem cobrança de taxa de corretagem. A companhia ganha dinheiro no spread do câmbio quando o usuário faz um depósito. A conversão feita pela Stake tem um acréscimo de 2% e ela fica com uma fatia disso. O depósito mínimo é de R$ 250. A princípio só poderão ser compradas ações de empresas dos EUA. Mas a ideia é ampliar a oferta para outros tipos de ativos no país.

Planos adiados

Pelo plano original, a Stake iniciaria suas operações no Brasil em fevereiro do ano passado. O país seria o primeiro onde a empresa criada em 2017 iria operar fora de sua terra natal.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no entanto, mandou a companhia abortar os planos. A leitura do regulador foi que a companhia oferecia serviços de intermediação de

valores mobiliários “sem ter registro como participantes do sistema de distribuição previsto”. A interpretação foi a mesma que suspendeu a operação da Avenue no fim de 2018. “Já tínhamos mantido contato com o regulador, mas não tivemos resposta. A interpretação foi que podíamos seguir adiante”, diz Kulikovsky.

Com o plano para o Brasil suspenso, a Stake foi olhar para outros mercados e abriu operações na Nova Zelândia e na Inglaterra.

Em paralelo, a companhia foi em busca de um parceiro no Brasil para se enquadrar nas regras locais. Umas das opções avaliadas, segundo apurou o Startups, foi a Bexs, que atua com a Avenue. Mas um acordo foi fechado com a Ativa. Nos EUA as operações são feitas por meio da corretora DriveWealth.

De acordo com Kulikovsky, a estratégia da Stake não é operar como corretora em nenhuma parte do mundo. A proposta é ser somente uma plataforma. “Não queremos fazer recomendações de compra ou venda de ações”, diz.

A equipe no Brasil tem atualmente 7 pessoas, quase um terço das cerca de 30 que a companhia tem no mundo. Depois de começar a atuar no país, o plano de Kulikovsky é entrar em um novo país da América Latina no primeiro semestre de 2021.

Em junho o fundador e CEO da Stake, Matt Leibowitz, anunciou que a companhia chegou a 100 mil usuários cadastrados.

 

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