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Segura essa, Musk: Kanye West compra rede social para chamar de sua

Ao comprar o Parler por valor não revelado, polêmico rapper quer criar um "ambiente verdadeiramente não-cancelável"

Kanye
Crédito: divulgação

Ter sua própria rede social que permite a defesa da “liberdade de expressão” para ser a nova grande tendência entre os bilionários com perfil conservador. Depois do topetudo Donald Trump (com o app Truth) e do excêntrico Elon Musk (com a novela do Twitter) fazerem suas incursões nessa seara, o rapper Kanye West, digo, Ye, comprou seu próprio brinquedinho: o aplicativo Parler.

“Este acordo vai mudar o mundo e mudar a forma como o mundo pensa sobre liberdade de expressão. Ye está fazendo um movimento inovador no mundo da mídia de expressão livre e nunca terá que temer ser removido de uma rede social novamente”, escreveu a Parlement Technologies, antiga dona do Parler, em postagem no site do aplicativo. O valor da operação não foi revelado.

Segundo a companhia, o foco de Ye ao comprar o Parler, é o de criar um “ambiente verdadeiramente não-cancelável”. “Num mundo em que opiniões conservadoras são consideradas controversas, nós precisamos assegurar que tenhamos o direito de nos expressar livremente”, afirmou West em comunicado divulgado pela Parler.

Assim com seus coleguinhas bilionários Trump e Musk, o músico que assina a coleção de calçados Yeezy da Adidas andou tendo problemas com o Twitter e o Instagram. Postagens consideradas antissemitas feitas por ele foram removidas das duas plataformas, e ele chegou a ter suas contas restringidas pelo teor polêmico de suas opiniões.

“Ye se tornou o homem negro mais rico na história por conta da música e da moda e está assumindo uma postura ousada contra sua recente censura pelas Big Tech”, afirmou a Parlement Technologies em nota.

Na última semana, o rapper causou novamente ao utilizar uma camiseta com os dizeres “White Lives Matter” (Vidas brancas importam), e minimizando em uma entrevista a responsabilidade dos policiais condenados pela morte do afro-americano George Floyd. Com o incidente, a Adidas chegou a divulgar que está “analisando” o futuro de sua parceria com o músico.

Por sua vez, o Parler não tem assim uma fama muito boa com o público em geral e até mesmo as Big Techs. Criado em 2018, o app ganhou fama em 2019 e 2020, durante a campanha de Donald Trump para a reeleição presidencial. Na época, por disseminar fake news, o ex-presidente topetudo, recebeu pesadas sanções em outras redes sociais, e o Parler se tornou um “porto seguro” para os conservadores que queriam conversar livremente.

No auge de sua popuaridade, em 2020, o app chegou a beirar os 3 milhões de usuários, mas perdeu força com o incidente de invasão à Casa Branca em janeiro do ano passado. Hoje, segundo informações do próprio Parler, a base de usuários ativos da plataforma não passa de 400 mil pessoas.