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Com o caixa cheio depois do aporte de US$ 100 milhões da gestora de private equity Warburg Pincus, a hrtech Sólides fechou a 1ª aquisição de sua história. Na estratégia de ampliar sua oferta para as pequenas e médias empresas, a companhia está absorvendo a Tangerino, dona de um sistema de gestão de ponto usado por 8 mil empresas em todo o país. Juntas, elas passam a atender 20 mil. O valor da operação não foi revelado.

“Além de ser uma obrigação, é algo que envolve o dia a dia do profissional e se envolve o dia a dia, vai entrar no nosso radar. Estamos focados em pensar que temos tudo para recursos humanos e departamento pessoal”, diz Mônica Hauck, presidente e fundadora da Sólides.

De acordo com ela, nos próximos 2 meses, novas funcionalidades como admissão, demissão e férias serão lançadas. “A Tangerino já tinha uma proposta de ter uma oferta completa. O sistema de ponto é só a porta de entrada para o departamento pessoal”, acrescenta. A marca da Tangerino será mantida por algum tempo, com um “by Sólides” sendo adicionado, mas ainda não está definido se ela será mantida ou descontinuada.  Segundo ela, novas aquisições estão previstas.

Ampliação de escopo

Com a integração da Tangerino, a Sólides amplia sua oferta e também seu escopo de atendimento, podendo chegar a negócios de menor porte ainda que as atuais. Segundo Alessandro Garcia, co-CEO da Sólides, o número mínimo de funcionários, que já esteve na casa de 50 funcionários, caiu para 40 e hoje está na casa dos 30. E as iniciativas caminham no sentido de atender perfis ainda menores.  

As pequenas e médias empresas representam 99% dos negócios no Brasil e respondem por 8 de cada 10 empregos gerados, mas costumam não estar no centro da estratégia dos fornecedores exatamente por ser um mercado muito fragmentado, com receita individual muito baixa, o que exige muito esforço. A avaliação é que é bem melhor buscar alguns grandes contratos que paguem as contas. E esse tem sido o foco da maior parte das 400 hrtechs em operação no Brasil, incluindo a Gupy.

Para Mônica, o caminho buscado pela Sólides é realmente mais difícil. Mas vale mais a pena. “Na visão de médio e longo prazo, vamos consolidar esse mercado. Todos os esforços daqui pra frente estarão direcionados a esse público que não está assistido. Vamos entrar em cada pequena empresa do país. Vai bater na porta de todas e de alguma forma vamos entrar”, crava ela.

Isso não quer dizer que negócios de maior porte não estejam no radar. Hoje a Sólides atende negócios com até 500, ou mesmo mais de mil funcionários, que, acredite ou não, não têm processos de RH definidos.

Sobre expectativas para o ano, que traz desafios por conta das incertezas políticas e econômicas, Mônica diz que busca colocar na companhia uma cultura de que o crescimento não deve estar atrelado ao desempenho da economia. “O Brasil vive em constantes crises. E quando você está no mercado de pequenas empresas, não pode esperar o melhor chegar. As dificuldades de gerenciar existem em qualquer momento. As pessoas sempre precisam de gente. Tem que arrumar um jeito de vender”, reforça.

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