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Na atual conjuntura, o mercado global de venture capital está num momento de incerteza, o que está impactando as captações das startups. Porém, na visão de um estudo da Movile, não chegamos a ponto de fazer terra arrasada, apontando que esse é mais um momento de instabilidade enfrentado pelas startups em meio a uma sequência constante de crescimento. De 2017 a 2021, startups da América Latina receberam USD 28,6 bilhões em investimento, registrando aumentos consecutivos acima de 120% ao ano.

O estudo, conduzido pelo Distrito, focou em quatro países (Brasil, Argentina, México e Colômbia e notou outros momentos de instabilidade. “Em 2020, com a pandemia de Covid-19, enfrentou uma grande restrição de capital e registrou uma queda de 4% em valor aportado, mesmo com o crescimento de 6% no número de deals”, afirmou a consultoria no relatório.

Contudo, passadas as incertezas de 2020, o ano passado não apenas superou a estagnação como bateu recordes. O volume investido cresceu 184%, com um cenário amadurecido de startups e puxado principalmente pelas fintechs, que receberam 38,5% dos investimentos. E tem mais: o ano passado foi responsável por 51% do valor investido na região na última meia década: US$ 14,7 bilhões de US$ 28,6 bilhões.

“Os investimentos de risco na região vêm crescendo ao longo dos anos. E, embora enfrente alguns momentos de restrição, como em 2020 e agora, a inovação e a maturidade das startups da América Latina seguem avançando. Com o contexto global, esse ano será de investimentos mais criteriosos. Crescimento é fundamental, mas hoje, mais do que nunca, precisa vir acompanhado de ‘unit economics’ saudáveis”, comenta Patrick Hruby, CEO da Movile.

Brasil e América Latina

De acordo com o levantamento, as startups brasileiras concentraram mais de 60% do volume investido na região nos últimos cinco anos (US$ 17,5 bilhões) e 61% (2.569) dos acordos. Em 2021 somente, foram US$ 8,7 bilhões em aportes para empresas daqui, um grande salto em relação aos US$ 3,5 bilhões transacionados em 2020. São Paulo liderou no número de acordos (81%), seguido por Paraná (6,71%) e Rio de Janeiro (2,96%). Nos outros países latino-americanos, o México foi o destaque como o segundo que mais recebeu capital, com US$ 5,8 em investimentos.

Entre os setores, o de fintechs puxa a frente, O setor é responsável por 22,3% dos deals e 35,5% (mais de US$ 10 bilhões) do volume investido nos quatro países. Em segundo lugar, vem as retailtechs, que representam 9,4% (394) das transações e 11,6% do valor aportado (mais de US$ 3 bilhões), seguidas pelas healthtechs, que receberam US$ 831 milhões em 365 acordos nos quatro países pesquisados.

Quanto ao tamanho dos aportes, o Brasil liderou no número de mega rodadas (acima de US$ 100 milhões), com 30 delas só em 2021 – o que representou 65% de todo o volume aportado no ano. No México, o destaque se encontra nas rodadas seed, que representam 57% das transações (876). Na Argentina, as rodadas seed também são as principais, sendo 50% do total de 338 transações.

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