A startups brasileiras receberam US$ 843 milhões em 37 aportes realizados ao longo do mês de setembro, segundo o Inside Venture Capital Brasil, do Distrito Dataminer.
Foi o setembro mais movimentado da história, com crescimento de 65% em relação ao mesmo período de 2019, quando o montante aportado foi de US$ 510 milhões. Na comparação com 2018 a alta foi de surpreendentes 796%, quando as startups receberam US$ 94 milhões. O mês de setembro 2019 ainda ganha no número de rodadas: 43 contra 37.
Entre as principais rodadas realizadas ao longo do mês que acabou ontem estão os US$ 300 milhões levantados pelo Neon; os US$ 225 milhões da VTEX e os US$ 21,6 milhões da foodtech Fazenda do Futuro.
No acumulado dos 9 meses de 2020, o volume de aportes soma US$ 2,2 bilhões, distribuídos em 322 rodadas. “Se considerarmos apenas os três primeiros trimestres, 2020 fica atrás somente de 2019. Neste ano, os nove primeiros meses acumularam US$ 2,2 bilhões, contra US$ 2,3 bilhões de 2019. O mercado de venture capital no Brasil segue movimentado e líquido, mesmo diante da pandemia”, pontua Gustavo Gierun, cofundador do Distrito.
Considerando todas as 322 captações realizadas nos 9 meses do ano a maior parte está concentrada nos estágios early stages (Anjo, Pré-Seed e Seed): 245 no total. Em termos de volume investido, no entanto, a concentração está nos estágios late stage (Series A – G e Private Equity): mais de 90% do total (US$ 2,1 bilhões).
Fusões e Aquisições
No acumulado de 2020, 100 operações de fusão e aquisição de startups foram realizadas, o que reforça o ano de 2020 como o maior em número de movimentações deste tipo no mercado brasileiro. Só em setembro foram 21 delas. O volume acumulado no ano já é 58,7% superior a todo o ano de 2019, quando foram realizadas 63 aquisições.
“Este mercado já estava bastante aquecido e a pandemia acabou trazendo novas oportunidades. A inovação dentro de grandes empresas é um processo mais custoso e demorado. Ao adquirir startups, as corporações dão agilidade a este processo e saem na frente de suas concorrentes”, afirma Gierun.
Até agora, os setores de adtechs e fintechs foram os que mais atraíram interesse de grandes corporações em 2020. Cada um deles teve 15 startups adquiridas neste período.
Jornalista com mais de 15 anos de experiência acompanhando os mundos da tecnologia e da inovação, com passagens pelo DCI, Sebrae-SP, IT Mídia e Valor Econômico. Fundador e Editor-Chefe do Startups.com.br.