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Depois de a Linx sacudir o mercado com um fato relevante informando que estaria em negociações para se juntar à Stone, a empresa de pagamentos confirmou a aquisição da empresa de softwares. A operação chega ao valor de R$ 6,045 bilhões e será paga 90% em dinheiro e 10% em ações. O negócio está sujeito a aprovação da SEC (EUA) e do Cade.

A operação combinada dará origem a um negócio com 375 mil clientes de todos os portes e receita de R$ 3,6 bilhões e alto poder de oferta ao  varejo – o software usado no ponto de venda, o software de gestão atrelados aos sistemas de pagamento e a serviços financeiros. Nenhum dos concorrentes da Stone (em especial Cielo, Rede e PagSeguro) tem uma oferta tão completa. “A Stone está evoluindo para se tornar o One-Stop-Shop do comércio”, disse a companhia em apresentação montada para falar do acordo com a Linx.

O negócio é o mais recente da Stone no sentido de diversificar suas operações. A companhia, que cresceu rapidamente vendendo maquininha de cartão de crédito para pequenos varejistas, um mercado pouco atendido pelas líderes Cielo e Rede, está acelerando seus investimentos no mundo digital para reduzir os efeitos da queda nas vendas por conta da pandemia e das medidas de isolamento social. No fim do primeiro trimestre, a companhia anunciou investimentos na mLabs, na Vitta, na Delivery Much e na MVarandas Tecnologia. As operações foram apresentadas cerca de duas semanas depois de a companhia fazer um corte de 20% em seu quadro de funcionários – principalmente na área comercial.

Em comunicado, a Stone disse que uma nova frente de negócios será criada a partir da integração da Linx ao seu atual portfólio de software. Alberto Menache, fundador e presidente da Linx passará a integrar um conselho consultivo que será formado para “aconselhar as definições estratégicas e ajudar na construção dessa futura nova fase das duas companhias”.

A Linx era uma das queridinhas do mercado por conta do seu modelo de geração de receitas recorrente e sua alta participação de mercado e fidelidade dos clientes no varejo. Boa parte da boa avaliação da companhia nos últimos tempos vinha exatamente da estratégia de incorporação de pagamentos e serviços financeiros iniciada por Menache em 2018. Os sistema funciona por meio de uma parceria comercial com a Rede, do Itaú. O Startups apurou que a Linx responde por cerca de 20% do total de pagamentos processados pela segunda maior companhia do mercado (atrás da Cielo). Nos comunicados sobre a operação a Stone e a Linx não deram informações sobre o futuro do acordo comercial. A Linx já tinha tentado formar uma joint venture com a Cielo na área de pagamentos em 2014, mas o negócio não foi pra frente e foi abortado em 2015.

Apesar do cenário positivo, a avaliação é que a companhia tinha perspectivas limitadas em termos de avenidas de crescimento, por isso, se integrar a um negócio maior faz sentido.

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