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O jogo virou! Se antes eram os fundos que tinham a faca e o queijo na mão na hora de negociar uma rodada de investimento, hoje, com a maior disponibilidade de capital e investidores, as startups ganharam poder nas mesas de conversa. Não se trata mais só de fundadores apresentando seus pitches. Os donos do dinheiro também têm que dizer porque o seu cheque é melhor que o do outro.

Foi por isso que o Startups resolveu inverter a lógica dos pitches tradicionais e criar o PitchReverso. Nele, são os fundos que se apresentam para as startups, mostrando suas teses e forma de atuação, e apresentando tudo em apenas 7 minutos. A 1ª edição aconteceu ontem (10) e, modéstia a parte, foi um sucesso! Com apoio da Amazon Web Services (AWS), o evento contou com a presença de Atman Capital, Bossanova Investimentos, Capital Lab Ventures, Darwin Startups, DOMO Invest, FEA Angels, Potencia Ventures e Urca Angels.

O grande consenso da noite, e o centro dos discursos para conquistar os empreendedores, foi o smart money.  “O dinheiro [por si só] não é mais um diferencial, e a gente tem consciência disso. Estamos trabalhando para oferecer outras vantagens além do capital que vamos investir”, disse Rodrigo Borges, sócio-fundador da DOMO Invest, venture capital focado no estágio seed que tem hoje 75 startups no portfólio e a expectativa de fechar o ano com 100 empresas investidas.

O foco deles é o smart

Segundo o executivo, a DOMO conta com um time especializado em resolver as dores comuns das startups em estágio inicial, como rede de relacionamento, escalabilidade dos negócios de tecnologia e contratação de talentos. “Temos um trabalho consultivo, além de especialistas dedicados a criar uma comunidade, conversando com os empreendedores e trazendo histórias que possam ajudá-los nessa trajetória”, diz Rodrigo.

Fernando Rollim compartilha do mesmo sentimento. “O smart money é o mais importante”, disse em sua apresentação no evento. Segundo o executivo, esse é um dos 3 pilares da FEA Angels, além do foco em conhecimento e networking. “[A proposta é] aportar a experiência dos nossos membros, que estão dispostos a dar mentoria e ajudar a alavancar os negócios da empresa”, explica. 

Fundada em 2018 por executivos, empreendedores e ex-alunos da Faculdade de Economia e Administração da USP (Universidade de São Paulo), a FEA Angels conta com quase 400 associados de 9 países, e já investiu cerca de R$ 3 milhões em mais aproximadamente 20 startups. “Estamos do lado do empreendedor. Nosso propósito é alavancar o empreendedorismo por meio do investimento-anjo”, diz Fernando.

No caso da Urca Angels, a vantagem é um processo rápido e burocrático. “Costumamos organizar pitches remotos, e estamos aqui para apoiar no que for necessário”, explica o membro da rede Filippo Renner. “Como somos um grande grupo de investidores-anjo, tem muita expertise somada, e gente de muitas indústrias.” Segundo o executivo, o principal valor oferecido pela Urca é a conexão com grandes empresas, ideal para startups B2B e B2B enterprise.

Já a Capital Lab se posiciona como a 1ª gestora de venture capital brasileira com foco em investimento cross border entre América Latina e Europa. Com uma tese de investimento em deep techs, o fundo tem um escritório em Londres e tem o apoio do governo britânico, com quem pode co-investir. A proposta é apoiar negócios que resolvem alguns dos principais problemas globais, e alavancar empreendedores latinos para os mercados internacionais.

Segundo a executiva, a companhia “auxilia o founder em tudo o que a startup precisa”, incluindo decisões estratégicas e táticas das empresas. A Capital Lab já investiu US$ 17 milhões, com foco em soluções de alta tecnologia, com automação, inteligência artificial, machine learning, engenharia aplicada e biotecnologia.

Para Pedro Sorrentino, fundador e diretor-executivo da Atman Capital, o que a companhia tem de diferente dos fundos tradicionais é a ideia de dar alavancagem financeira para empreendedores e founders. “Temos uma comunidade em que você pode ser quem realmente é, sem medo de compartilhar as dificuldades que existem quando está construindo uma empresa”, afirma o executivo em usa 1ª apresentação para o mercado à frente da Atman. A companhia foi fundada no início de 2021 e investe em startups do pré-seed à série A.

Já a Bossanova Investimentos, maior micro venture capital da América Latina, investe em startups B2B ou B2B2C, principalmente em estágio pré-seed, mas também conta com uma estratégia de investimento-anjo e um braço de investimentos seed. O smart money também está no centro de suas operações. “Ajudamos no fundraising, temos uma área de M&As, mentorias e trabalhamos com os próximos passos das startups”, explicou o diretor-executivo, João Kepler. A companhia conta com um portfolio de mais de 977 startups investidas, 54 exits e mais de 1.350 investimentos.

Dicas do primeiro PitchReverso

“A melhor recomendação para saber se um fundo é o ideal para a sua empresa é conversar com as startups que já receberam investimentos da organização”, afirma Itali Collini, ex-diretora da 500 Global em sua primeira apresentação representando a Potencia Ventures, onde começou há duas semanas. A companhia investe em soluções e modelos de negócio de impacto, que ajudem a diminuir a desigualdade social, aumentar o nível de educação e gerar emprego e renda para diferentes populações.

Com cheques do seed ao série A, a Potencia Ventures conta com investimentos na América Latina, Estados Unidos e na Índia. “Nossa missão é conectar empreendedores que causam impacto social com o mundo dos investimentos tradicionais”, explica Itali. Durante o PitchReverso, a executiva aconselhou founders a conhecer bem os potenciais investidores e focar nas pessoas por trás de cada um deles, bem como falar com startups já investidas pelos fundos em questão. “No caso da aceleração, só vale a pena se o programa tiver conteúdos que resolvam os problemas atuais que o negócio enfrenta”, completa.

Quem entende bem de aceleração é a Darwin Startups. “Nossa comunidade nasce para auxiliar empreendedores a transformar bons negócios em negócios extraordinários”, afirmam a analista de portfólio Bárbara Galante e a analista de aceleração Manuela Lange. Desde 2015, a aceleradora oferece o programa Batch, que oferece capital, mentoria e suporte para o desenvolvimento de startups de big data e analytics, TI e telecom e produtos financeiros que já estivessem faturando ou conquistando os primeiros clientes. 

Segundo as executivas, o programa tem objetivo de incentivar o desenvolvimento dos negócios por meio de conexão com parceiros, clientes e o mercado. A iniciativa investe, por uma participação negociável, até R$ 500 mil em benefícios, incluindo suporte psicológico e jurídico, além de acesso a serviços de nuvem, CRMs e ferramentas de marketing. 

Confira a primeira edição do PitchReverso na íntegra:

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