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Teddy Open Finance, plataforma digital para bancários autônomos, correspondentes bancários e assessores de investimentos, cresceu 5 vezes em 2022, mudou para uma sede maior em janeiro deste ano, acaba de contratar um novo CTO e negocia com investidores a primeira captação de recursos, com intenção de levantar pelo menos US$ 2 milhões.

“Conseguimos entregar tudo o que foi projetado para 2022”, diz Wagner Ferreira, CEO e fundador da Teddy. Segundo ele, o faturamento da empresa quintuplicou entre 2021 e 2022 e a originação de propostas pelos business bankers (como a fintech chama os bancários autônomos) chegou a cerca de R$ 5 bilhões. “Temos quase 10 mil clientes que já foram atendidos pelos bancários autônomos na plataforma da Teddy”, conta.

Fundada em 2020 em São Bernardo do Campo (SP), a Teddy se posiciona como um hub digital que conecta bancários autônomos a mais de 70 instituições financeiras, incluindo nomes como BTG PactualBanco BVBanco DaycovalCreditas e Porto Seguro, entre outros. A prateleira inclui, principalmente, produtos para empresas, como conta digital, capital de giro, antecipação a fornecedores, câmbio, debêntures, consórcios e, mais recentemente, seguros.

Na outra ponta do marketplace, a fintech soma cerca de 700 bancários autônomos, correspondentes bancários e escritórios de investimentos. Até o fim deste ano, a previsão é chegar a, no mínimo, 3 mil profissionais conectados à plataforma. Mas o número pode ser ainda maior, diz Wagner. “O grande desafio é treinar essas pessoas. Vamos investir mais nessa frente em 2023, como a XP fez lá atrás com os agentes autônomos.”

Tecnologia e captação

Neste ano, a Teddy também vai acelerar o investimento em infraestrutura e tecnologia. Para liderar a área, a fintech acaba de contratar Leandro Negreiros, que estava no UOL há quase três anos. Mestre em engenharia da computação, ele também passou por Toyota e Triad Systems. Com a chegada do executivo, o então CTO Felipe Alves passa a chefiar a área de inovação da empresa.

“Nossa visão para 2023 é tecnologia, construção de jornada e menos custo operacional”, afirma Wagner. “Colocamos seguros no último trimestre, agora estamos trabalhando para digitalizar o processo de cotação”, conta o empreendedor, acrescentando que a Teddy já possui uma corretora que fica responsável por se conectar às seguradoras.

Outro plano para o ano é a “entrada” no mercado de capitais. Na prática, a Teddy vai permitir que fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) também passem a acessar a plataforma e possam “comprar o risco” de Cédulas de Crédito Bancários (CCBs) — títulos de crédito emitidos em favor de uma instituição financeira regulada pelo Banco Central e que servem para a contratação de empréstimos e financiamentos.

Segundo ele, a ideia é fechar parceria com algum player de banking as a service (BaaS) que fique responsável pela emissão das CCBs. “Já estamos conversando com alguns fundos também”, diz, citando o tamanho da oportunidade: em 2022, por exemplo, os bancários autônomos originaram R$ 1,5 bilhão em propostas de crédito para capital de giro.

Em setembro de 2022, Wagner reforçou que um dos objetivos de 2023 é levantar a primeira rodada de captação. A Teddy foi construída com um investimento inicial de R$ 2,5 milhões e até hoje roda com recursos próprios.

“O mínimo que estamos em busca é US$ 2 milhões, não mais do que isso. É um investimento com foco em tecnologia, para reforçar a equipe nessa área e trazer uma melhor jornada para o cliente, como a modelagem com inteligência artificial para análise de crédito”, informa o CEO.

Mercado

Quem também aposta em uma plataforma para bancários autônomos é a catarinense Franq, que começou a operar em 2019 e atualmente soma mais de 7 mil profissionais, além de 35 escritórios de investimentos usando sua solução.

Fundada por Paulo Silva — executivo com mais de 30 anos de carreira em bancos como Banco do Brasil (BB)HSBCCiti e Santander —, a fintech levantou US$ 12 milhões em outubro de 2022 em rodada liderada pela Quona Capital.

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