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Dois anos depois de fazer sua última captação, a Trocafone, de compra e venda de celulares, está em busca de uma nova rodada de investimento.

Em sua Série C, a companhia quer levantar entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões, segundo Guillermo Freire, seu fundador e presidente.

Os recursos serão usados para investimentos em tecnologia e na ampliação de sua estrutura no Brasil, além de preparar o terreno para uma expansão para a América Latina.

As conversas com investidores começaram antes da pandemia e foram suspensas enquanto a companhia buscava entender quais seriam os efeitos da turbulência sobre a economia e o mercado de venture capital. Com a retomada do processo a expectativa é concluir a captação entre o fim do ano e o começo de 2021. O Itaú BBA está assessorando a empresa.

A Trocafone já levantou US$ 56 milhões, segundo dados do Crunchbase. Ela tem entre seus investidores a Bulb Capital, a 500 Startups, a Lumia Capital, a Barn, a Wayra e o Mercado Libre Fund.

A companhia atua de três formas: comprando e vendendo aparelhos pelo seu próprio site (que representa 85% dos negócios); por meio de 19 quiosques instalados em shoppings no Rio, em São Paulo e na Bahia; e operando os sistemas de trade-in (quando um celular antigo é dado como parte do pagamento de um aparelho novo) de varejistas, operadoras e fabricantes. Antes de serem colocados à venda, os aparelhos passam por um processo de revisão e testes, o recondicionamento.

Quem faz o trade-in de um smartphone usado, pode ter descontos significativos na compra de um modelo zero. Um Galaxy S10, da Samsung, por exemplo, ajuda a abater R$ 2,2 mil – ou 40% – dos R$ 5,5 mil cobrados no modelo mais recente da linha, o S20.

Entre os clientes da Trocafone estão Magazine Luiza, Via Varejo, Lojas Pernambucanas e a Samsung. “Na Europa e nos EUA, para cara 10 celulares novos vendidos, três ou quatro têm trade in. No Brasil, o número é de um para cada 10 porque as pessoas não conhecem essa modalidade. O celular antigo vai para a gaveta ou é passado para outra pessoa próxima. Tem um potencial de multiplicar o mercado por três ou quatro vezes”, diz Freire. Para ele, esse volume pode ser atingido em um prazo de dois anos com os recursos da captação que está sendo feita agora.

O Startups apurou que há dois anos, a Trocafone tinha sido avaliada em US$ 70 milhões. Perguntado, Freire não confirmou o valor. Ele disse apenas que, desde a rodada anterior a empresa dobrou de tamanho. Hoje, são 350 funcionários. A previsão de vendas é de 500 mil celulares em 2020. Por ano, são vendidos 45 milhões de smartphones novos no Brasil. O mercado de usados é equivalente a 7% desse total. A maior parte deles é vendida por meio de canais informais, em negociações diretas entre comprador e vendedor.

De acordo com Freire, a Trocafone não sofreu os efeitos da pandemia porque, ao mesmo tempo que as vendas pela internet  aceleraram com o isolamento social, os aparelhos usados ganharam mais destaque, por serem mais baratos. Agora, com a reabertura das lojas físicas pelo país, o canal também está voltando a crescer.

Segundo Freire, a companhia fechará 2020 dentro da expectativa de crescimento traçada para o negócio antes da pandemia. As perspectivas futuras também continuam positivas. “A penetração de celulares no Brasil está na faixa de 60% da população. E a tendência para os próximos anos os 40% restantes entrem na categoria indo para os celulares recondicionados”, diz.

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