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Em sua 7ª aquisição, a idtech unico fechou a compra da MakroSystems, empresa brasileira que desenvolve tecnologias de segurança para operações financeiras no mundo digital. A operação, que envolveu uma parte em dinheiro e uma parcela significativa em ações do unicórnio, teve valor de R$ 150 milhões. O negócio acontece 4 meses depois de a unico ter levantado US$ 100 milhões com o Goldman Sachs e marca o início de uma fase mais ativa de operações por parte da companhia.

De acordo com Diego Martins, cofundador e presidente da unico, o plano é transformar o perfil de uma empresa de produtos para uma companhia que desenvolve suas próprias tecnologias, uma Big Tech brasileira. “Temos desafios tecnológicos grandes e diferentes do passado, para desenvolver tecnologias proprietárias de motor biométrico, segurança. Queremos criar tecnologia com profundidade”, explica.

No alvo estão companhias que atuam nos segmentos em que a unico – autenticação de pessoas, recursos humanos e compra e venda de veículos. Também há interesse em expandir a atuação para novas áreas, como a da saúde. Também estão na mira negócios fora do Brasil, para iniciar a internacionalização da companhia. Nesta frente, o interesse é por operações nas áreas onde a unico já atua.

Para dar conta desse apetite, a unico ampliou de uma pessoa para um time inteiro a sua área de M&A. “Estamos levando isso a sério”, diz Diego. O fundador destaca, entretanto, que o objetivo não é “empilhar receita”. As operações precisam estar bem alinhadas com a estratégia da empresa. “Se chega um ‘tá barato, é uma oportunidade’, eu falo esquece isso. Tem que fazer sentido na estratégia”, reforça.

Por que a Makrosystems?

Segundo Diego, a MakroSystems se encaixa muito bem nessa tese de criação de tecnologias próprias por ter “uma profundidade técnica acima da média brasileira”. A companhia tem 30 profissionais, sendo 80% engenheiros. Ela atende grandes instituições como os bancos C6 e Santander. Foram bancos, aliás, que indicaram a companhia para a unico. “Quando começamos a conversar sobre os nossos planos, apresentar nossa tese, o nome da MakroSystems apareceu várias vezes como uma tecnologia que atende muito bem a segurança nas transações”, conta.

As conversas entre as duas empresas tiveram início por volta de março e o contrato foi assinado duas semanas depois do envio do term sheet – superando o recorde anterior da unico, de 28 dias para o fechamento. A princípio, a operação da companhia será mantida de forma separada, enquanto são avaliadas as oportunidades de integração com os produtos da unico.

O movimento de criação de tecnologias próprias começou a ganhar força ano passado quando a unico trouxe a brasileira Fernanda Weiden para o cargo de vice-presidente de engenharia, uma posição que nunca tinha existido na companhia. Ela ficou só 11 meses na cadeira, assumindo um assento no conselho – e depois indo para a VTEX como CTO.  

De acordo com Diego, nas próximas semanas será anunciada a chegada à unico de alguns nomes vindos de Big Techs já estabelecidas.

Unico: De produtos para plataforma

O plano passa por tecnologias que permitam unificar e ‘reutilizar’ informações já cadastradas. Por exemplo. Se alguém passou por um processo de contratação em uma empresa que usa tecnologia da unico, porque não usar esses dados para facilitar o processo de compra de um carro se quem está vendendo também é cliente da idtech? Pedindo permissão para compartilhamento dos dados, claro, reforça Diego.  

“Isso é mais profundo do q simplesmente criar um novo produto. E aumentar o aumentar o poder das discussões é o que vai nos levar a ser uma Big Tech brasileira e não somente empilhar receita”, avalia.

A único fechou 2021 com uma receita recorrente anual (ARR) de R$ 420 milhões, 180% a mais que no ano anterior. Segundo Diego, as projeções de crescimento para o ano de 2022 estão sendo atingidas apesar de todo o cenário conturbado do mercado.

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