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Os valuations globais de empresas de tecnologia sofreram uma queda no 2º trimestre de 2022 frente à crise macroeconômica e correção no mercado. O principal recuo aconteceu nos estágios de série A e B, que retraíram 14% e 16%, respectivamente, em relação aos três primeiros meses do ano. No entanto, o mercado avançou para empresas de investimento seed e anjo (+8%) e série D (+12%). Os dados são do Tech Valuations Q2’22 Report, da consultoria CB Insights.

Apesar da queda nos estágios mais avançados, o valuation em todas as categorias continuou bem acima dos registrados em 2020. O avanço foi de 66% para a série A e 89% para a série B. O levantamento aponta ganhos ainda mais expressivos para a série C (116%) e D (157%), além de um crescimento de 35% em relação à série E.

A maioria do valuations permaneceu mais alta do que em 2021. Em relação ao ano passado, o único estágio que retraiu foi a série E, com um recuo de 9% no 2º trimestre de 2022. Quem acompanhou essa tendência foi a Klarna, fintech europeia especializada no modelo “buy now, pay later” (BNPL). Em julho, a empresa reduziu a sua avaliação de mercado em 7 vezes. O valuation caiu de US$ 46 bilhões para US$ 6,5 bilhões, em meio à captação de US$ 650 milhões com a Sequoia Capital.

Mesmo com um cenário positivo quando comparado aos anos anteriores, a pesquisa alerta que as avaliações de mercado das empresas podem cair ainda mais. A CB Insights comprova aquilo que o mercado já sabia: os grandes investidores não estão tão dispostos a tomar riscos e estão fazendo menos negócios com mais segurança e exigência. Na análise de trimestres, o volume de deals em estágio avançado caiu 17% no Q2 e deve cair 29% ano a ano até o fim de 2022.

“Nos negócios que são fechados, os investidores estão cada vez mais negociando downside protection [formas de mitigar ou evitar uma diminuição no valor do investimento]. Notavelmente, a porcentagem de negócios das Séries C, D e E+ nos EUA que exigem os pagamentos priorizados para novos investidores aumentaram para 41,4% no segundo trimestre de 22 — um aumento de 8,3 pontos percentuais a partir de todo o ano de 2021”, diz o relatório.

Tamanho dos cheques

No estágio seed, o tamanho dos cheques não mudou tanto no primeiro semestre. Segundo o CB Insights, houve uma queda de menos de 1% entre o Q1 e Q2 de 2022, ficando na faixa dos US$ 2 milhões. O valor está acima dos cheques nos anos anteriores, de US$ 1,5 milhão em 2021 e US$ 1 milhão em 2020.

Já para empresas que estão na série A, houve um recuo de 1% entre o primeiro e o segundo trimestre do ano em relação ao tamanho dos cheques, ficando em US$ 11,1 milhões. Na série B, a queda volta a ser inferior a 1%, chegando a US$ 26 milhões. Em ambos os casos, o volume dos cheques são maiores do que nos últimos anos.

Na série C os impactos da crise são mais profundos. Entre o 1º e 2º trimestre do ano, o tamanho dos deals recuou 13%, de US$ 57,2 milhões para US$ 50 milhões. Uma queda ainda maior aconteceu a partir da série E, com recuo de 46% para startups no mesmo período.

Quem tiveram resultados positivos foram as empresas da série D. Depois de captar deals em torno de US$ 86,2 milhões no Q1, essas startups aumentaram os cheques no segundo trimestre. Com um avanço de 16%, elas chegaram a registrar rodadas na faixa dos US$ 100 milhões.

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