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A Vaultree, startup irlandesa que oferece soluções para o segmento de segurança cibernética, está preparada para começar as operações no Brasil. Para apoiar a expansão, a companhia levantou seu primeiro aporte, no valor de R$ 18 milhões, da Ten Eleven Ventures, com o apoio de Enterprise Ireland, Unpopular Ventures, HBAN e do ex-chefe de segurança e diretor de confiança da Cisco, John N. Stewart.

Com o caixa reforçado, a startup está ampliando o time de 5 para 17 colaboradores, com foco nas áreas de engenharia, criptografia, vendas e atendimento ao cliente. Além disso, a companhia vai reforçar parcerias com revendedores de software e com os chamados Cloud Marketplaces, plataformas de comércio online que ajudam empresas a expandirem a oferta de seus serviços e acelerarem o crescimento.

“Os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados e nós precisamos estar sempre um passo à frente para proteger os dados dos cidadãos”, diz Tilo Weigandt, que cofundou a companhia ao lado de Ryan Lasmaili, Shaun McBrearty, Maxim Dressler e Kevin Curran. Por isso, parte dos recursos captados também serão destinados à pesquisa e desenvolvimento para aprimorar suas tecnologias.

Como funciona 

Tilo explica que a Lei Geral de Proteção de Dados (assim como a sua versão europeia – a General Data Protection Regulation) estimulou a criação da empresa. A regulamentação entrou em vigor em setembro de 2020 e estabelece diretrizes para a coleta, processamento e armazenamento de informações pessoais, com o objetivo de garantir a privacidade dos brasileiros.

“Vimos uma oportunidade de mercado para ajudar empresas nesse processo de segurança. A tecnologia e a criptografia são as peças-chave”, explica Tilo. Nascido na Alemanha, o empreendedor mudou-se para o Brasil em 2019 e, durante 2 anos, integrou o time de desenvolvimento de negócios da Creditas, unicórnio de serviços financeiros e crédito com garantia.

Focada na proteção de dados do mercado B2B, a Vaultree desenvolveu um serviço de Encryption-as-a-Service (ou Criptografia como serviço) e Privacy-Enhancing Technology (ou Tecnologia para aumentar a privacidade). Com a plataforma, as empresas podem trabalhar com dados totalmente criptografados sem precisar descriptografá-los. Isso permite que elas processem as informações dos clientes sem quebrar a proteção ou revelar dados sigilosos, independentemente do tamanho da operação.

“Hoje em dia, temos soluções de criptografia em dois modelos. Ou as informações muito fáceis de entender, mas não são seguras, ou são seguras, mas complexas, caras e difíceis de implementar”, explica Tilo. Para inovar, a startup decidiu unir o melhor dos dois mundos, fornecendo aos clientes uma solução de armazenamento cibernético escalável, rápido e fácil de usar, sem abrir mão da proteção de dados totalmente criptografados.

Foco em LATAM

A sede está localizada em Cork, na Irlanda, mas graças ao trabalho 100% remoto, a startup é capaz de atender companhias em todo o mundo. Até então, as operações ficavam restritas à Europa e aos Estados Unidos. Agora, a Vaultree começa a atender também a América Latina, encabeçada pelo Brasil.

“Com a LGPD, o movimento de privacidade está crescendo no Brasil. É um movimento muito interessante, em que as empresas precisam achar soluções para evitar as multas, mas muitas não sabem por onde começar. Nós queremos ajudá-las”, diz Tilo. Para tocar as operações, a companhia conta com um time de 4 colaboradores situados em São Paulo.

Segundo o empreendedor, a empresa está de olho nos públicos mais vulneráveis aos ataques cibernéticos, com foco para os mercados de finanças, recursos humanos, saúde, seguros e direito. “São indústrias que trabalham com dados extremamente sensíveis.” As empresas interessadas em contratar os serviços da Vaultree já podem se cadastrar para usar a versão beta da plataforma, que estará disponível no primeiro semestre de 2022.

O empreendedor afirma não ter pressa para expandir para outros países da América Latina. A ideia é consolidar as operações no Brasil, garantindo que as expectativas de segurança e privacidade dos clientes estejam sendo atendidas. Ainda assim, ele conta que os próximos destinos da startup já estão sendo esboçados, provavelmente para México e Argentina, seguidos de Chile e Colômbia.

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