Até quem não acompanha o mercado de tecnologia já sabe o que está rolando ao longo do último ano. Cortes e mais cortes de pessoal para reduzir custos. Os cortes são normalmente chamados de layoffs, como se usar um termo em inglês reduzisse a severidade da medida – fora que layoff no Brasil costuma ser uma suspensão temporária de contratos de trabalho, prática muito usada pela indústria automotiva. Falando no português bem claro, o que tem rolado são demissões em massa mesmo.
Mas enquanto uns choram, outros vendem lenços, não é isso que o Nizan Guanaes dizia? O mercado não parou. Ainda tem gente com oportunidades disponíveis. Por isso, o Startups reuniu aqui as matérias do cortes que rolaram nos últimos tempos. Sempre que aparece a lista com os nomes das pessoas dispensadas, a gente coloca no texto. Uma forma de ajudar quem está passando por esse momento difícil e também quem precisa de novos talentos. A ideia é atualizar esse material toda vez que um novo corte for noticidado.
E se você tiver alguma dica, informação ou bastidor sobre algo que está acontecendo no mercado, é só falar com a gente.
Demissões em tecnologia. Novo normal?
Segundo levantamento feito pelo perfil Layoffs Brasil no LinkedIn, mais de 2 mil pessoas foram demitidas de empresas de tecnologia brasileiras só em 2023. Em apenas 3 semanas, os cortes já afetaram queridinhas do mercado como PagSeguro, unico e Betterfly. Isso sem contar as gigantes de tecnologia como Google e Microsoft, e os unicórnios como Loft, Ebanx, VTEX, Loggi e Hotmart. Sendo que alguns fizeram até mais de um ajuste.
Frente ao aumento do juros, alta da inflação e a instabilidade macroeconômica, startups e big techs globais estão buscando alternativas para reduzir os custos e segurar o caixa. Os investidores estão mais seletivos na hora de fazer um cheque, e o volume e tamanho dos aportes diminuiu – rendendo o apelido de inverno das startups para o momento atual.
O que tem acontecido nos últimos meses marca um novo momento, uma espécie de “novo normal” para as startups e empresas de tecnologia. As companhias, que até aqui pareciam infalíveis, à prova de crises, estão mostrando que são empresas normais. Começa a se desfazer a mística do ambiente de trabalho divertido e cheio de regalias. É hora ter responsabilidade.
Enquanto uns choram…
O maior impacto tem se concentrado, obviamente nas empresas de maior porte, que exatamente por terem grandes estruturas, fica mais vulneráveis a oscilações externas. O cenário tende a permanecer assim ao longo do ano já que não há nenhum sinal de melhora curto prazo.
Mas isso não é o fim do mundo. Pelo menos não ainda. Startups com a casa arrumada, que trabalham de forma consciente e não “queimaram a largada” têm conseguido sobreviver, crescer e até mesmo receber investimentos, principalmente no early-stage. Isso significa que, enquanto tem gente demitindo, tem gente com oportunidades disponíveis.
Por isso, fizemos uma lista com as companhias que enxugaram suas operações no último ano. Veja, a seguir, quem são elas:
Quem já demitiu:
- Menos de 6 meses depois de virar unicórnio, Facily demite 30%
- VTEX demite mais de 10% dos funcionários
- Quase 7 meses após aporte milionário, Alice demite 63 vendedores
- “Ajustes pontuais”: unicórnio de delivery ultrarrápido Daki faz demissões
- Loft faz segunda rodada de demissões e corta mais 380
- Loft faz nova rodada de demissões e corta mais de 300 pessoas
- Fintech Provi enxuga operação e demite 70 pessoas
- Na onda dos layoffs, 99 demite mais de 75 colaboradores
- MovilePay é integrada pelo iFood e demite mais 40
- Ebanx se junta à lista das demissões e corta 20%
- Na onda dos layoffs, Loggi demite cerca de 15% da sua força de trabalho
- Um ano após aporte milionário, Goomer demite 20%
- Hash demite, termina operações e deixa clientes na mão
- Proptech Casai demite 30% e negocia fusão com a Nomah, da Loft
- Quanto, de Open Finance, demite 22% da força de trabalho
- Loja Integrada, da VTEX, demite 10% do quadro – mas segue contratando
- Laboratório do fundador da Totvs, Mendelics/meuDNA demite quase 70
- Corretora digital Robinhood faz novos cortes e demite mais 23%
- EXCLUSIVO: Fluke demite mais de 80% do quadro e é comprada
- Edtech Gama Academy demite cerca de 40% da sua força de trabalho
- Nuvemshop enxuga operações e demite 50 na América Latina
- Firing Festival? Unicórnio Hotmart demite 12% de sua equipe
- Remessa Online faz ajuste e demite 70 pessoas
- Zenvia faz limpa na Movidesk e demite 118 funcionários
- Apenas 6 meses depois de virar unicórnio, Dock demite 12%
- Contratou demais? Stripe demite 14% dos funcionários e assume erro
- Unico demite na área de vendas e reforça equipe de tecnologia
- Buser demite 30% para se adaptar “à nova realidade” do mercado
- Alice faz nova onda de demissões e dispensa 113 pessoas
- Clicksign demite 100 funcionários, incluindo recém-chegados
- Rock Content começa o ano com “ajuste” interno e demite 15%
- Insurtech Pier demite cerca de 39% da força de trabalho
- Partyou corta cerca de 30 pessoas e fala em “ajustar a operação”
- Crypto.com demite 20% da força de trabalho no rastro do colapso da FTX
- PagSeguro faz sua onda de layoffs e demite 7% do quadro
- Healthtech Memed demite cerca de 11% do quadro de funcionários
- Unicórnio unico demite cerca de 110 pessoas, 10,5% da força
- Unicórnio espanhol Domestika demite equipe no Brasil
- Unicórnio Betterfly faz nova onda de cortes e demite 30% da força
- Depois do IPO e da queda, Enjoei faz a sua demissão em massa
- Spotify faz a sua demissão em massa, dispensando 6% do quadro
- Movile faz novas demissões para integrar-se ainda mais ao iFood
- RankMyApp ajusta rota e demite para alcançar breakeven
- Quase 7 meses após aporte, healthtech Mevo demite 15%
- Quatro meses após aporte, fintech Solfácil faz demissão em massa
- Com vendas em queda, Dell demite mais de 6 mil funcionários
- Edtech Galena demite 30% e muda estratégia com foco no B2B
- Zoom demite 1,3 mil e CEO corta o próprio salário em 98%
- GitHub, da Microsoft, demite 10% e fecha seus escritórios globais
- “Apadrinhada” do SoftBank, Open Co demite 15% do time
- Google demite funcionários no Brasil após anunciar corte global
- Yahoo encerra operação no Brasil e demite 80 pessoas
- Um ano depois de virar unicórnio, Neon demite 9% do quadro
- DocuSign faz 2ª leva de demissões e corta mais 700 funcionários