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Venture capital recua e private equity acelera no Brasil no 1º tri

Investimento privado somou R$ 11,6 bilhões no 1º trimestre de 2022, com private equity subindo 173% e venture capital caindo 27%

Origamis feitos de dólares representando bull e bear market sobe gráficos - Startups
bull and bear

Os investimentos privados em empresas somaram R$ 11,6 bilhões no Brasil no 1º trimestre de 2022. O volume está 8,4% acima dos R$ 10,7 bilhões investidos no mesmo período do ano passado. Os dados são do novo levantamento da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) e da KPMG.

O avanço aconteceu graças ao segmento de private equity, que nos 3 primeiros meses do ano movimentou R$ 5,2 bilhões, alta de 173%. Por outro lado, o setor de venture capital teve queda de 27%, totalizando R$ 6,4 bilhões no período.

A patinada do venture capital no Brasil já havia sido registrada no início do mês quando o relatório do Distrito registrou US$ 2 bilhões em investimentos no 1º trimestre. O volume representou alta de apenas 4%, com uma queda no número de transações – de janeiro a março foram 167 aportes, 33 a menos do que no mesmo período do ano anterior.

O cenário não é muito diferente fora do país. O mais recente levantamento do Crunchbase mostrou um recuo global em venture funding no primeiro trimestre de 2022. Segundo os dados do relatório, foram investidos cerca de US$ 160 bilhões, o que representa queda de 13% em relação aos US$ 184 bilhões contabilizados no último quartil de 2021.

Roberto Haddad, sócio-líder de private equity e venture capital da KPMG no Brasil, reconheceu que os investimentos feitos pelos fundos de private equity voltaram a patamares relevantes. Em relação ao venture capital, o executivo afirmou que, embora “em menor valor do que o registrado no mesmo período de 2021, [os números] continuam altos”. “Ambas [modalidades] se solidificam como motores de investimentos e aquisições no mercado brasileiro”, pontuou, em comunicado.

Sem muitas novidades, as fintechs estão entre as líderes do setor. Somadas com as insurtechs, startups de serviços financeiros receberam 25% dos investimentos dos fundos de venture capital no 1º trimestre do ano. As healthtechs ficaram com 13% dos aportes, seguidas das retailtechs, com 10%.

“O volume de negócios fechados é animador, assim como o crescente interesse dos investidores internacionais”, considera o presidente da Abvcap, Piero Minardi. “Mesmo que estejamos com muitos assuntos que trazem incertezas, como guerra, eleições, inflação, política local e internacional tensa, o movimento para investimentos no mercado nacional está intenso e confirma o dinamismo e a resiliência do ecossistema empreendedor brasileiro”, conclui.