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A recessão no mercado global de venture capital é real, e os números estão aí para provar. Segundo o levantamento Venture Pulse, da KPMG, o segundo trimestre do ano registrou o volume mais baixo de investimentos em seis trimestres, ficando em US$ 120,2 bilhões, com 8.420 deals realizados.

Segundo a consultoria, os motivos são os já conhecidos e que já vem aumentando a cautela dos fundos antes de assinar seus cheques: inflação e juros em alta, assim como as repercussões da guerra entre Rússia e Ucrânia. O estudo aponta que os investidores estão reajustando suas teses, focando em apoiar empresas já do seu portfólio ou com estratégias com mais lucratividade. Além disso, startups em setores afetados pela crise na Ucrânia também se tornaram investimentos atraentes.

E por falar em países, o relatório mostrou que os mega aportes – os acima de US$ 1 bilhão – se concentraram no mercado norte-americano. Apenas três empresas conseguiram rodadas bilionárias: a Epic Games (do sucesso Fortnite), que levantou US$ 2 bilhões, a SpaceX (US$ 1,7 bilhão), e a foodtech Gopuff (US$ 1,5 bilhão). No top 5 das grandes rodadas, apenas uma não-ianque: a alemã Trade Republic, que levou US$ 1,15 bilhão.

IPOs adiados

Outro ponto levantado pelo estudo diz respeito aos IPOs. Depois de 2 anos com uma sequência forte de empresas passando a serem listadas publicamente, a janela pra esse mercado realmente se fechou. “Com os valuations de muitas empresas públicas de tecnologia caindo consideravelmente, muitas companhias que consideravam um IPO agora adiaram seus planos”, destacaram os especialistas da KPMG.

E os unicórnios, então? Apesar de que no segundo trimestre, 97 novos unicórnios foram registrados ao redor do mundo, a análise do estudo aponta que o clubinho pode, na verdade diminuir. Isso porque existe a expectativa que futuros downrounds podem fazer atuais unicórnios percam seu prestigioso status. “Unicórnios avaliados próximos da marca do US$ 1 bilhão podem considerar significativas concessões aos investidores para manter seu posto como unicórnio”, destacou a consultoria.

Contudo, especialmente no mercado norte-americano ainda existe espaço para transações envolvendo as Companhias com Propósito Especial de Aquisição (SPAC). De acordo com o estudo, um bom número destas empresas tem que aproveitar sua janela de oportunidade dentro dos próximos 12 meses. “Isso pode impulsionar alguma atividade nos próximos trimestres, especialmente se as condições do mercado melhorarem”, destacou o estudo.

Recentemente, uma empresa brasileira esteve envolvido em um negócio com SPAC. A Semantix, um dos maiores nomes do mercado brasileiro quando se trata de big data e analytics, passou a fazer parte da Nasdaq, sob o nome STIX. Isso se deu depois da fusão com a Alpha Capital, SPAC que levantou US$ 230 milhões para o negócio.

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