Que Bill Gates é um visionário a gente já sabe. Afinal, não é todo dia que alguém decide criar uma empresa de tecnologia e ela acaba se tornando a Microsoft. Em 1996, quando apenas 1% do mundo estava online, o empresário já afirmava que “o conteúdo é onde muito do dinheiro será ganho na internet”. E não errou.
Hoje, a produção de conteúdo online é uma estratégia valiosa para empreendedores e corporações aumentarem a visibilidade, tornar a marca conhecida e gerar resultados. É justamente nesse cenário que nasceu, no fim de 2018, a Viralize, startup catarinense que cria conteúdo para redes sociais de pequenos e médios negócios.
“Trabalhava em uma agência de marketing digital e percebi que as pequenas empresas também precisavam produzir conteúdo nas redes, mas era tudo muito caro”, conta Alan Malon, diretor e cofundador da Viralize. “Tive uma ideia de produto, mas precisava testar se daria certo”.
No início, o empreendedor trabalhou com um único nicho: advogados e escritórios de advocacia. Para ganhar tempo (e economizar dinheiro), usava o mesmo modelo de post para diferentes clientes, alterando apenas o logotipo e a identidade visual da marca. Como resultado, conseguiu oferecer um serviço 90% mais barato do que as agências tradicionais.
“Vi a oportunidade de negócio e peguei um empréstimo de R$ 5 mil com a minha mãe”, relembra Alan. Ele então chamou um amigo programador para desenvolver a plataforma e focou na validação do produto. “Não adianta ter uma ideia boa e pegar o dinheiro dos outros. Foi preciso analisar o que não estava funcionando, aprimorar e tentar de novo.” Foram feitos testes de todo tipo: do produto, do canal de atendimento ao cliente, dos planos de assinatura e até da dinâmica da equipe. Três anos depois, a Viralize acaba de alcançar R$ 1,5 milhão de faturamento e tem mais de 700 clientes ativos por mês. Em novembro, o crescimento foi de 14%. Nos últimos 3 meses, o avanço foi de quase 42%.
Como funciona
A companhia conta com um time de 20 pessoas, entre elas designers e redatores especialistas para criar conteúdos de advocacia, contabilidade, fitness e construção civil. As postagens não são exclusivas – são disponibilizadas em um banco de posts para todos os clientes, mas personalizadas com a cor, logotipo e informação de contato de cada marca. Além das imagens, a equipe deixa as hashtags e legendas mais atrativas prontas para o uso.
O conceito da empresa é oferecer conteúdo com apenas 1 clique. O cliente acessa a plataforma, escolhe o assunto e área de atuação e seleciona uma das publicações. No caso da advocacia, encontra, por exemplo, conteúdos de direito previdenciário, trabalhista, consumidor, tributário, civil e penal.
Depois, é só fazer o download, copiar a legenda e publicar diretamente no seu perfil. “Nossa proposta é ser diferente das plataformas de design gráfico e edição de posts, pois elas não são suficientes para a vida corrida do empreendedor”, diz Alan, alertando que, nesses casos, o dono da empresa precisa ter a criatividade de conteúdos, criar os templates, administrar as redes e ainda cuidar do negócio como um todo.
“A Viralize foi pensada para levar o máximo de praticidade e acessibilidade possível”. A companhia oferece 2 planos de assinatura. Por R$ 99,90 mensais, o cliente pode postar até 20 vezes no mês e receber atendimento no chat em caso de dúvidas. Pagando R$ 149,90 por mês, o número de postagens sobe para 30, com a possibilidade de agendar as publicações.
Próximos passos
A Viralize tem como conselheiros Paul Malicki, fundador da Flapper, e Horacio Poblete, fundador da Trustvox, que foi vendida para o Reclame Aqui em 2019. A startup está no processo de captação de sua 1ª rodada de investimento para fazer o upgrade da plataforma, com foco em melhorar a tecnologia e a experiência do usuário. Sem muitos detalhes, Alan adiantou as expectativas de que o aporte aconteça ainda este ano ou, no máximo, no começo do ano que vem.
Com o produto consolidado no Brasil, o empreendedor espera levar os negócios para o mercado norte-americano entre 2022 e 2023. “Os Estados Unidos são o principal mercado do mundo em redes sociais. As pessoas têm um alto poder aquisitivo e uma cultura semelhante à nossa, sem contar que é um espaço que incentiva a inovação e o ecossistema de startups”, diz Alan. Ele projeta que a Viralize cresça de 4 a 5 vezes no próximo ano.