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Nem só de chocolates e relógios vive a Suíça, que tem cada vez mais se consolidado como um hub de startups na Europa e no mundo. As limitações do mercado local, porém, oferecem um desafio para o crescimento dessas empresas, que enxergam nas proporções continentais do Brasil a sua chance de escalar. Para ajudar nesse processo, a swisstech, iniciativa de disseminação da inovação da Suíça apoiada pela Swissnex, vai trazer 11 startups para apresentar suas soluções e produtos no Web Summit Rio. Em entrevista ao Startups, Malin Borg, cônsul e CEO da Swissnex no Brasil, disse que o objetivo é tornar o país uma prioridade para o ecossistema de inovação suíço.

“A Suíça tem um foco muito forte em high tech solutions e vê uma complementaridade com o mercado brasileiro, que é muito focado em software. Além disso, somos um mercado pequeno, com apenas 8,5 milhões de habitantes, então as startups já nascem globais. O Brasil é um mercado interessante por conta do tamanho, claro, mas também pela uniformidade da língua, o que facilita. Na Suíça são três idiomas diferentes”, explica Malin.

Outro ponto destacado pela cônsul é a mentalidade early adopter dos brasileiros, o que favorece a adesão em massa de novas tecnologias. Segundo Malin, porém, apesar das vantagens do mercado brasileiro, ainda existe uma certa resistência das startups suíças, que acabam buscando os mercados europeus e dos Estados Unidos e da Ásia. “O Brasil ainda não é uma prioridade, mas estamos querendo mudar isso”, aponta.

Web Summit

A Suíça terá um estande próprio no Web Summit, com foco principalmente em bioeconomia e futuro dos alimentos, como proteínas alternativas. As startups que estarão presentes no evento desenvolvem soluções para as mais diferentes questões, desde inteligência artificial aplicada à saúde até um material de construção sustentável, passando por iniciativas de blockchain, segurança digital e autenticação do mercado da arte.

“O objetivo da presença da swisstech no Web Summit Rio deste ano não é apenas mostrar a inovação suíça e fornecer conexões valiosas para as startups participantes, mas também posicionar a Suíça como um parceiro-chave para o Brasil na busca por novas tecnologias para garantir o futuro sustentável do nosso planeta”, destaca Malin.

Duas das startups são do setor de tecnologia para a saúde. A Nutrix, que também participou no evento no ano passado, apresenta um software para mapear as condições de pacientes crônicos, como portadores de diabetes, através de dispositivos não invasivos e inteligência artificial. Já a REM Analytics desenvolve, executa e licencia testes específicos de microbioma.

No segmento de sustentabilidade, estão a Emissium, que rastreia informações de emissões de carbono do setor elétrico e oferece um banco de dados baseado em blockchain, para desenvolver soluções sob medida para empresas de eletricidade; e a KohlenKraft, que desenvolveu materiais de construção a partir de rejeitos da geração de energia de biomassa. Também estarão presentes a Nym Technologies, a MATIS, Herby, Cybera e Kido Dynamics.

A Herby, inclusive, uma edtech que usa IA para corrigir provas, chegou ao Brasil em estágio inicial, adaptou seu modelo de negócios ao país e, hoje, tem desempenho melhor aqui do que na Suíça. Outro caso de sucesso é a Comphya, startup de tecnologia médica que desenvolveu um neuromodulador para tratar a disfunção erétil. A medtech conseguiu até um investidor brasileiro e já está em fase de ensaios clínicos.

A Suíça lidera o ranking de países que mais inovam no mundo, tendo sido campeã pela 13ª vez consecutiva em 2023, de acordo com o Índice Global de Inovação desenvolvido pela World Intellectual Property Organization (WIPO). A campanha swisstech trabalha para elevar o perfil do país como líder global de inovação para negócios, aumentar a visibilidade de empresas de ponta e destacar, no exterior, a excelência em pesquisa. No Brasil, a Swissnex fortalece este intercâmbio, para conectar empreendedores dos dois países, fomentar novas parcerias e auxiliar a entrada de produtos e soluções no mercado brasileiro.

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