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Quando ainda era liderada por seu excêntrico fundador Adam Neumann, a WeWork quase afundou. Entretanto, ao afastá-lo, os investidores da gigante dos coworkings chegaram a virar o barco da empresa, inclusive tornando-a uma operação lucrativa por um tempo.

Só que parece que as coisas voltaram a ficar difíceis por lá. Segundo um comunicado divulgado pela companhia nesta terça (8), existe uma “dúvida substancial” sobre a capacidade da WeWork se manter operante.

Segundo reportou a Bloomberg, a empresa está perdendo dinheiro devido aos seus altos custos operacionais e o cancelamento em massa de diversos assinantes. Com o comunicado preocupando, as ações da WeWork caíram 26% nos primeiros minutos de negociação na manhã desta quarta (9).

Os resultados do segundo trimestre ficaram abaixo do esperado. No documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), a empresa diz que registrou um prejuízo líquido de aproximadamente US$ 700 milhões (R$ 3,4 bilhões) nos primeiros seis meses de 2023, depois de registrar prejuízos líquidos de US$ 10,7 bilhões (R$ 52,4 bilhões) nos três anos anteriores.

A companhia deu algumas razões para isso: de acordo com a WeWork, ela dependia de alguns ajustes estruturais e precisava de capital adicional para aumentar seu runway para o próximo ano.

David Tolley, que atuou como CEO interino desde que Sandeep Mathrani deixou o cargo em maio, culpou as condições econômicas e um “desafiador” mercado imobiliário pelo desempenho mais fraco. “O excesso de oferta em imóveis comerciais, o aumento da concorrência e a volatilidade macroeconômica levaram a uma maior rotatividade de membros e uma demanda mais fraca do que prevíamos, resultando em um ligeiro declínio nas associações”, disse ele.

A empresa agora tem 512 mil membros em 610 localidades de 33 países. O número de membros caiu 3% ano a ano e a ocupação de seus prédios caiu de 73% para 72%. Em termos de valor de mercado, desde o seu IPO em 2021 a companhia só despencou, perdendo cerca de 98% de seu valor quando abriu o capital e levantou US$ 47 bilhões.

E agora?

Para assegurar o seu futuro, a WeWork apontou algumas direções em que deve seguir, incluindo a negociação de arrendamentos mais favoráveis, controle de custos e busca de capital novo por meio da emissão de dívidas ou ações ou vendas de ativos.

Caso a companhia seja bem-sucedida em seu plano de sobrevivência, isso não seria a primeira vez. Quando afastou o CEO Adam Neumann, que queimou as dezenas de bilhões que fundos como o SoftBank injetaram na WeWork, Sandeep Mathrani, conseguiu estancar a sangria deixada por Neumann, porém não contava com a pandemia e as mudanças que ela traria para os modelos de trabalho.

Entretanto, Mathrani não está mais lá. Em março, ele saiu para assumir um posto de sócio na Sycamore Partners, e a WeWork está ainda sem um líder oficial para sua operação.

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