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Quando chegou no e-mail o convite para um evento do WhatsApp, a reação inicial foi de surpresa. Mas já corri para confirmar presença. Na minha cabeça seria mais um evento corporativo em uma sala para falar sobre quão maravilhosa a empresa é.

Chegando no Expo Transamérica, na Zona Sul de São Paulo, uma nova surpresa: um mega evento para mais de 500 pessoas de grandes e pequenas empresas, com direito a decoração divertida na paleta do verde do logo do aplicativo, comida, música e até um vídeo de Mark Zuckerberg exaltando o Brasil e falando dos novos recursos que o aplicativo está colocando no ar.

Para uma empresa que até pouco tempo atrás fugia de notificações da justiça dizendo que não tinha operação por aqui, foi uma baita demonstração de força. Afinal, o mote era mostrar como o aplicativo de mensagens pode ser usado para além das trocas de memes e figurinhas e das infinitas discussões sobre política, e incentivar empresas a fazer negócios usando o WhatsApp.

“O WhatsApp deve fazer parte da estratégia do seu negócio independente do seu tamanho”, disse, durante a abertura do WhatsApp Business Summit, Guilherme Horn, que em março assumiu o comando da operação do aplicativo no Brasil, e que já foi promovido para liderar toda a América Latina.

Em conversa com o Startups, ele disse que o Brasil é o mercado que mais usa o aplicativo no mundo, sendo que 5 milhões de empresas fazem vendas por meio dele, por isso a importância de fazer algo dessas proporções por aqui. “Existe hoje uma maturidade do consumidor para usr mensageria como ele usa para se comunicar com familiares e amigos que a gente tem que propiciar essa experiência”, disse.

Novos recursos

Durante o Business Summit, o WhatsApp apresentou dois novos recursos que começaram a ser usados primeiro pelos brasileiros. O primeiro é a busca por negócios diretamente dentro do aplicativo.

A navegação poderá ser feita em uma barra de busca por categorias ou pelo nome da empresa. Negócios locais, próximos ao usuário, poderão ser encontrados na Guia de Negócios. A funcionalidade em teste desde o ano passado promete competir diretamente com o Google, que há tempos investe pesado para ser a vitrine para pequenos negócios locais aparecerem no radar dos consumidores e aumentarem suas vendas.

O 2º anúncio foi a possibilidade de fazer pagamentos diretamente pelo WhatsApp. O recurso vai permitir que negócios façam vendas sem precisar sair do ambiente do aplicativo. Hoje o WhatsApp tem uma função de pagamentos, mas ela só funciona para transferências entre pessoas.

Durante a abertura do evento, Guilherme fez uma demonstração ao vivo da funcionalidade, comprando um chaveiro de R$ 19,00 de uma vendedora que subiu ao placo com ele. O recurso está sendo testado com adquirentes como Cielo, Fiserv, Getnet, Mercado Pago e Rede, mas ainda não tem data para ser lançado.

“Se você gerencia um negócio no Brasil, isso significa que as pessoas poderão te encontrar, falar com você e comprar de você, tudo diretamente no WhatsApp, e estamos trabalhando para levar essa experiência para mais países nos próximos meses. Esse é o próximo passo para a mensageria de negócios e estou ansioso para saber quais oportunidades isso criará para todos vocês”, disse Zuckerberg em sua mensagem.

Ao dar mais comodidade aos consumidores e possibilitar aumentar de conversão para quem vende já que não é preciso sair do aplicativo para fazer uma compra, o WhatsApp pisa na marmita de plataformas de comércio eletrônico e também de aplicativos como o iFood já que tira a necessidade de intermediários nas operações (o aplicativo de entregas, inclusive, comprou a Anota AI para abraçar os pedidos feitos pelo WhatsApp).

Perguntado sobre essa nova dinâmica competitiva, Guilherme disse que trata-se, na verdade, de dar mais opções aos consumidores. “Eu tenho 6 aplicativos de música aqui e não acho que eles concorrem entre eles porque são usos diferentes. É mais uma opção que a gente oferece ao usuário e vai ter gente que prefere ir por um aplicativo ou pelo outro. É simplesmente mais uma opção”, avaliou.

WhatsApp como business

Enquanto a visão de longo prazo para a Meta é o metaverso, a troca de mensagens com empresas se coloca como a oportunidade que a empresa pode correr atrás agora, segundo Matt Idema, vice-presidente do Business Messaging Group da companhia. “Isso é uma coisa que as pessoas querem fazer, trocar mensagens com negócios. É algo que tem sido construindo pelos consumidores e que cria oportunidades que ajudem as empresas a tiraram valor disso”, disse ao Startups. Segundo ele, 1 bilhão de pessoas por semana usam os aplicativos de mensagem da companhia – aí incluindo o Facebook e o Instagram – para falar com empresas.    

No WhatsApp, a relação com empresas começou a ser criada em 2018. Hoje são duas fontes de receita: a cobrança por grandes volumes de mensagens enviadas por empresas e os anúncios que usam o recurso de clique para enviar mensagem que são veiculados no Instagram e no Facebook. De acordo com Matt, essa modalidade é a categoria de anúncios de maior crescimento dentro da Meta, somando US$ 9 bilhões nos últimos meses. Só no WhatsApp, o número é de US$ 1,5 bilhão, um crescimento de 80% ano contra ano.

De acordo com Guilherme, está em teste uma 3ª fonte de monetização, um plano de assinatura com novas funcionalidades para empresas batizado de Business Premium.

“Queremos ser a forma prioritária pela qual negócios e pessoas se comunicam. E funções como as que mostramos hoje ajudam a trazer mais negócios para o WhatsApp e dão mais formas de as pessoas encontrarem e comprarem de negócios que estão disponíveis”, completou Matt.

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