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*Roberta Prescott, especial para o Startups

IA generativa, embedded finance, identidade digital e cripto são quatro grandes forças que estão moldando as transformações da indústria de pagamentos, conforme apontou Vanesa Meyer, líder de inovação e parcerias estratégicas para América Latina na Visa.

A executiva palestrou no Payment Revolution, evento realizado nesta terça-feira 1º, em São Paulo, e usou seu tempo de palco para ressaltar que as forças que estão impulsionando tendências no setor vêm, em parte, de mudanças culturais do comportamento do consumidor e, do outro lado, de tendências de tecnologias.

“O digital “explodiu”, contactless tornou-se mainstream e vemos a adoção de criptomoedas em mercados emergentes”, destacou, pouco antes de apontar quatro tendências capazes de mudar o jogo.

A inteligência artificial generativa é uma tecnologia transformadora, que tem muito potencial, e, na opinião da executiva, representa o começo de algo grande e muito transformador. No entanto, é muito importante que sejam definidos padrões para torná-la segura para a sociedade.

Falando sobre finanças incorporadas — e ela foi além e acrescentou o que chamou de comércio incorporado (embedded commerce) —, Vanesa ressaltou que ambos se tornaram mais comuns em plataformas de consumo, e agora se expandem para o espaço corporativo B2B. “Trata-se de transformar cada ponto de contato do consumidor em uma oportunidade de comércio. E tenho certeza que você, que já está usando o Instagram e tem experiência em fazer compras no Instagram, sabe a praticidade que é”, salientou.

Serviços bancários e pagamentos serão habilitados por meio de interfaces de programação de aplicativos consumíveis e fáceis de implementar, permitindo que desenvolvedores possam integrar várias APIs. Com isso, diversos aplicativos têm o potencial de se tornarem plataformas de comércio. “Isso está se movendo ao B2B e é aí que eu acredito que há um tremendo potencial porque o comércio B2B está cheio de atritos. Acho que aqui está a próxima oportunidade”, ressaltou Vanesa. Assim, embedded finance é o mecanismo para facilitar o comércio, permitindo criar oportunidades para pagamentos simplificados e mais seguros.

Identidades digitais

Ao explicar a tendência de identidades digitais, a head de inovação da Visa lembrou de uma frase atribuída a Kim Cameron, arquiteto-chefe da Microsoft para identidade corporativa, que diz que a Internet foi construída de forma a não se saber com quem está se conectando. “Ele escreveu isso em 2005. Se você pensar bem, a internet era para compartilhar informações à primeira vista e não havia valor sendo trocado. Mas, quando o banco e o pagamento ficaram online, tudo mudou. Agora precisamos saber quem está do outro lado da transação”, disse. “Apesar do fato de não haver padrões e princípios para tornar a Internet segura para pagamentos, devo dizer que, como indústria, fizemos um bom trabalho até agora, porque o comércio online tem crescido tremendamente”, acrescentou.

É nessa seara que avança a identidade digital, com o objetivo de incrementar a segurança ao comércio. A identidade digital é a maneira como o mundo digital sabe que você é verdadeiramente você. E faz isso usando uma combinação de todas as informações disponíveis da pessoa, como nome, endereço físico, endereço IP, e-mail, biometria etc. “Dados os avanços em open finance, computação em nuvem e inteligência artificial, vemos uma série de esquemas de identidade digital”, disse.

Já a criptografia, apesar dos golpes que este mercado passou no último ano, para a executiva é importante separar o sinal do ruído e entender a tecnologia subjacente. “Acreditamos que blockchain e tokenização realmente têm muito potencial”, avaliou, segundo quem a tokenização de todos os ativos do mundo real pode abrir novos mercados e novas economias digitais para gerar valor.

Diante dessas possibilidades futuras, Vanesa resumiu que as identidades digitais devem se tornar o pilar central das compras comerciais e das experiências dinâmicas. Com isso, a troca de dados é formalizada, capacitando o consumidor a compartilhar suas informações pessoais e preferências como quiser, quando quiser, com quem quiser.

Nesse atendimento ao consumidor, é possível que cada plataforma se torne uma interface para que o cliente encontre a sua melhor oportunidade de comércio. Indo além, as experiências de hiperpersonalização são possíveis. “E, por último, gosto de pensar no futuro em que realmente estamos nos esforçando e focando em um ecossistema altamente interoperável e conectado, para que possamos fazer comércio de forma mais rápida e mais segura”, assinalou.

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