Há quase 3 anos, Diogo Roberte, cofundador do PicPay, balançou o mundinho das startups ao anunciar que estava vendendo suas ações e deixando as operações da famosa carteira digital. A princípio, a ideia era tirar um período sabático e recuperar as energias após quase uma década trabalhando para tornar o PicPay o gigante de serviços financeiros que é hoje.
“Depois da construção de um negócio como o PicPay, confesso que foi um pouco desafiador encontrar algo que me desse satisfação e fizesse sentir aquele frio na barriga novamente”, afirma Diogo no mais recente episódio do MVP, o podcast do Startups, que está disponível nas principais plataformas. Para ouvir, é só clicar aqui. “Por causa da pandemia, fiquei em casa refletindo muito e entendendo quais seriam meus próximos passos. Foi um período fantástico de estudo sem nenhum tipo de pressão de criar um negócio novo”, acrescenta.
Mas como bom empreendedor, daqueles que ama as dores e alegrias de começar um negócio e sente prazer pela jornada, ele já tinha um outro projeto em mente, aguardando o momento para ser colocado em prática. Não no mercado financeiro, mas no da construção civil. “Sempre gostei muito de arquitetura. Tinha em mente um negócio que refletia a forma como as pessoas constroem uma moradia, e vi que era o momento para começar a pensar nesse produto.
A nova empreitada, batizada de Capsu, foi criada de trás para frente, pensando a partir do perfil e do comportamento de quem fosse morar na casa construída. Um conceito de moradia minimalista, tecnológica, atemporal e sustentável, no modelo Plug & Play, que já vem com todos os sistemas, acessórios e espaços equipados e integrados necessários para o morador. Os detalhes incluem robô de limpeza, taças de vinho, forno, geladeira, máquina de lavar, roupa de cama e máquina de café.
Mirando nos potenciais
Segundo Diogo, o negócio não é tão escalável como o PicPay, pois envolve produtos e ciclos distintos. “A Capsu envolve uma das necessidades básicas do ser humano – a moradia. Então, vejo um potencial de ganho até mesmo maior do que o que tive na fintech, e acredito que tenho a possibilidade de fazer alguns negócios bem interessantes”, analisa o executivo, que fundou o negócio ao lado do sócio Mauricio Odery.
“É mais escalável do que uma construção tradicional, porque criamos as estruturas básicas e deixamos no estoque para implementar em qualquer terreno. Quando tenho repetibilidade, consigo entregar um nível de qualidade maior e uma curva de preço que tende a baixar”, pontua Diogo. Sem dar muitos detalhes, ele comenta que a startup tem desenvolvido outros projetos e produtos, como edifícios e soluções para a 3ª idade.
Questionado sobre um aprendizado que adquiriu ao longo de sua trajetória e não abre mão na Capsu, Diogo cita o processo de delegar tarefas. “No início, o fundador tem que fazer tudo. Mas quando a empresa começa a crescer, é importante ter uma percepção clara de quais caixinhas serão deixadas no meio do caminho. Procuro já designar alguém para que a experiência tenha o valor que deve”, explica.
Nos primórdios do PicPay, o executivo tinha um desafio de sobrevivência pessoal. “Agora tenho uma estrutura mais tranquila para abraçar os novos desafios. Gosto muito de ter sócios, pois a pressão em conjunto e ter visões diferentes são importantes para construir algo melhor”, analisa.
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