
Para a Revolut, o Brasil não é apenas mais um mercado em expansão – é uma prioridade. De acordo com Glauber Mota, CEO da operação brasileira da fintech, o país está no centro de sua estratégia global de expansão, que recentemente recebeu um “empurrão” de US$ 13 bilhões.
“Metade desse valor vai para os grandes mercados de crescimento, e o Brasil é um deles. Temos metade do PIB da América Latina e um público que já abraçou soluções digitais”, afirma o executivo, em conversa com o Startups em novo episódio do podcast MVP, gravado durante a Semana Caldeira, em colaboração com o Instituto Caldeira, em Porto Alegre.
Segundo Glauber o foco no Brasil tem razões óbvias – e não é apenas a “fome” de competir com o Nubank, considerado o principal rival da fintech inglesa na arena dos grandes bancos digitais globais. A fintech britânica, avaliada em US$ 75 bilhões (mais do que o Nubank), soma 65 milhões de usuários em 40 países — contra os 105 milhões de clientes do roxinho, concentrados quase todos no Brasil.
De acordo com o CEO, mercado brasileiro é o mais digitalizado da região e já familiarizado com inovação financeira, e isso joga a favor da Revolut. “O Nubank abriu portas. O brasileiro testa e confia em novas experiências digitais. Chegamos num terreno fértil”, diz Mota.
No país, a Revolut começou em 2023 oferecendo conta internacional e câmbio multimoedas, e desde então tem avançado passo a passo — com Pix, investimentos e crédito, depois de obter a licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD) com o Banco Central. “Temos um produto completo, competitivo e seguro. Nosso próximo passo é crescer em crédito, e fazer isso de forma sustentável”, pontua.
Perguntado sobre a competição em termos de base de usuários, Glauber preferiu não entrar em previsões sobre quando sua empresa baterá a marca de 100 milhões de usuários – no mês passado, ao anunciar o investimento de US$ 13 bilhões para expandir em mercados como os EUA, a empresa traçou a meta de alcançar 100 milhões até 2027, além de expandir sua atuação para mais de 30 novos mercados até 2030.
“Me pergunta de novo no ano que vem”, desconversou aos risos o executivo brasileiro. “Conquistar dezenas de milhões de clientes, mas ter milhões de contas inativas não adianta. O que importa é a utilização real, o valor gerado. Nosso objetivo é chegar a 100 milhões de clientes ativos diariamente, não apenas cadastrados”, finaliza.
Para ouvir o papo com Glauber Mota na íntegra, saber mais dos planos da Revolut e da trajetória do executivo, que deixou uma carreira de sócio no BTG para assumir um desafio multinacional, é só dar o play na nova edição do podcast MVP, disponível no Spotify e Youtube. É só escolher a sua plataforma de preferência e conferir.