Um dos poucos players que resistem no complicado mercado de entregas de supermercado no Brasil, a Daki surpreendeu no ano passado ao se posicionar como um dos mercados oficiais dentro do iFood. Na época, muitos especularam que a decisão foi um tipo de capitulação, deixando o app próprio de lado para aproveitar a grande base de usuários que utiliza o iFood com frequência. Entretanto, conforme destaca o cofundador e CEO da Daki, Rafael Vasto, o caso é outro.
“Hoje, o nosso canal, o nosso aplicativo, é responsável pela grande maioria do nosso tráfego, pedidos e tudo mais. A parceria com o iFood tem um share pequeno de todo o nosso negócio”, disparou Rafael, convidado do novo episódio do podcast MVP.
Segundo explica o executivo, a entrada da Daki no iFood diz mais sobre a estratégia do aplicativo de food delivery, que havia encerrado suas operações internas de supermercado em 2023 e uniu forças com nomes como Daki, Justo e Shopper para puxar a frente dos supermercados dentro do app.
“Quando eles decidiram por pausar (a operação de supermercado), foi aí que a gente se aproximou e fez uma parceria operacional. No fim do dia, você tem o Daki dentro do iFood, mas a operação é 100% da Daki. É o picking, packing, o dispatching, a própria entrega”, explica.
A entrada no iFood é reflexo de tempos bem diferentes de quando a Daki estava em um ritmo acelerado de crescimento, impulsionado principalmente pelo boom do delivery durante a pandemia. Foi nessa época que a companhia chegou a se tornar um unicórnio, depois de levantar US$ 260 milhões em 2021, com uma série B liderada pela Kaszek, Tiger Global e Monashees.
Com os cofres recheados, a empresa acelerou sua expansão, inclusive apostando em operações internacionais, como a que surgiu a partir da fusão com a JOKR nos Estados Unidos.
Contudo, com o “inverno dos VCs” a partir de 2022 e a volta ao presencial, a companhia teve de se reajustar a uma nova realidade, fechando operações como a da JOKR e fazendo cortes. Entretanto, segundo o executivo, a companhia vive um novo momento de crescimento — menos agressivo, porém mais sustentável.
“Hoje a gente entende mais o negócio, estamos crescendo mais do que 50% no ano contra ano. Por isso que a gente está hoje dando passos bastante consistentes, relevantes, mas pensando muito em crescimento sustentável, que é a regra”, pontua.
Para saber mais sobre a trajetória e as transformações que a Daki teve que fazer nos últimos anos, confira na íntegra o novo episódio do podcast MVP com Rafael Vasto — disponível no Spotify e YouTube.