No início de 2020, em pleno covid-19, a Swap viveu o que muitos empreendedores temem: o caixa zerou, os investidores recuaram e o futuro da operação parecia incerto. A pandemia chegou praticamente no mesmo momento em que o dinheiro acabou, forçando o desligamento da equipe e colocando em xeque a sobrevivência da fintech.
Para Doug Storf, CEO da companhia, aquele foi o ponto de virada que redefiniu o jeito de gerir o negócio. “Em setembro de 2020, lançamos nossa própria stack tecnológica, plugamos os primeiros clientes que começaram a trazer receita. De setembro de 2019 até julho de 2020, cresci de zero até US$ 1 milhão receita recorrente”, disse durante entrevista ao Podcast MVP Especial feat. Emerging Giants.
A linha do tempo da Swap
Ainda durante o bate-papo, o executivo contou que a Swap nasceu de uma frustração, que acabou se tornando solução para um problema que o próprio mercado ainda não sabia nomear. Para contextualizar melhor, em 2018, Doug Storf e Ury Rappaport, que trabalhavam na 99 e participaram da criação do 99Pay, sentiram na pele as limitações da infraestrutura financeira disponível no Brasil. As tecnologias eram antigas, os modelos econômicos, engessados, e a falta de flexibilidade impedia a inovação.
Em um mercado ainda em construção, a Swap apostou em um diferencial: no lugar de oferecer apenas ferramentas para que as empresas montassem seus próprios produtos financeiros, decidiu entregar soluções prontas para operar, mas com espaço para personalização.
O primeiro caso de uso veio com o setor de benefícios flexíveis — uma aposta ousada em 2019, quando o tema ainda engatinhava no país. O segmento se mostrou ideal para validar a tecnologia e o modelo de negócio da fintech. A aposta deu certo, e as primeiras integrações mostraram o potencial da plataforma e atraíram o interesse de empresas que buscavam mais autonomia para oferecer produtos financeiros personalizados.
Mas, quando tudo parecia encaminhado, veio a pandemia — e com ela, a maior crise da história da empresa. O caixa zerou, os investidores recuaram e a Swap precisou desligar toda a equipe. O período, claro, acabou por exigir uma reavaliação completa da estratégia: com menos recursos, a prioridade passou a ser eficiência, sustentabilidade e foco no que realmente importava.
Poucos meses depois, o cenário começou a se reverter. A Swap lançou sua própria tecnologia, retomou o time e, ainda em 2020, atingiu o break even. De uma crise quase fatal, nasceu uma operação mais sólida, com bases que sustentariam o crescimento dos anos seguintes e transformariam a fintech em uma das principais referências em infraestrutura financeira do país.
A conversa com Doug Storf é a quinta de uma série especial com os Emerging Giants da KPMG. Serão 14 episódios com os nomes da turma 2025 do programa que potencializa os nomes de maior destaque do ecossistema nacional.
O feat. dos Emerging Giants no podcast MVP vai ao ar quinzenalmente nas redes do Startups e da KPMG. Escolha a sua plataforma de preferência (YouTube ou Spotify) e clique em um dos links abaixo.